O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decretou apresentações semanais na esquadra de residência a Nuno Pontes, dirigente do Chega, no âmbito de uma investigação a membros do partido por alegadas ameaças a um jornalista.
De acordo com as medidas de coação, o vice-presidente da distrital do Porto do Chega ficou sujeito a Termo de Identidade e Residência, já prestado, a obrigação de se apresentar semanalmente na esquadra da sua área de residência e proibição de contactar por qualquer meio com o visado/ofendido.
André Ventura confirmou que um conselheiro e um dirigente do Chega iam ser ouvidos no âmbito de uma investigação que decorre de “uma queixa de uma associação internacional” que acusava membros do partido “de fazerem ameaças a um jornalista que teria feito uma reportagem sobre o Chega em janeiro de 2021”.
“Em todo o caso, já o disse e é o que eu sinto. Todos os crimes de ameaça devem ser investigados. Tenho a certeza do que vou dizer. Não há líder político em Portugal mais ameaçado do que eu. Não há. O que espero agora das autoridades é a mesma ação para aqueles que diariamente ameaçam a minha vida e a vida daqueles que trabalham no Chega”, declarou André Ventura, à margem da visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém.
Questionado sobre se admite afastar os membros do partido envolvidos no caso, o líder do Chega afirmou que, para si, “as ameaças são intoleráveis”, mas terá primeiro de “conhecer em detalhe as questões do processo” para tirar daí consequências.
Segundo o Jornal de Notícias, Nuno Pontes foi detido pela Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) por posse de arma ilegal na sequência de um inquérito por ameaças a jornalistas, injúrias e atentado à liberdade de imprensa.
Também Luc Ngunda Mombito, conselheiro nacional do Chega, foi alvo de buscas pela (PJ), de acordo com o mesmo jornal.