O eurodeputado português Paulo Rangel, do PSD, foi hoje eleito tesoureiro do Partido Popular Europeu (PPE), durante o congresso que decorre em Roterdão, Países Baixos, que confirmou o alemão Manfred Weber como novo presidente do partido.
Rangel, vice-presidente do grupo parlamentar do PPE - a maior família política no Parlamento Europeu -, venceu o candidato checo Tomás Zdechovsky, ao recolher 61% dos votos dos delegados, e passa a ser assim o responsável pelas matérias financeiras nos próximos dois anos, cargo que acumulará com uma pasta política na presidência deste partido europeu.
"Estou muito honrado com a grande responsabilidade que me foi confiada pelos congressistas, especialmente quando estamos a dois anos das eleições europeias. A gestão financeira é uma área que conheço bem pois tenho também essa responsabilidade no grupo parlamentar desde 2014", declarou o anterior líder da delegação do PSD ao Parlamento Europeu, citado numa nota da delegação social-democrata.
A mesma nota indica que Paulo Rangel, que ocupava até agora a vice-presidência com o pelouro da adesão dos partidos que querem pertencer a família política do Partido Popular Europeu, mantém-se ainda, como até agora, vice-presidente da bancada parlamentar do Grupo PPE com o pelouro do "Futuro da Europa - conferência e convenção". .
Depois da eleição, na terça-feira, de Manfred Weber como novo presidente do partido -- o alemão, que continuará a liderar a bancada do PPE no Parlamento Europeu, sucede ao polaco Donald Tusk, que deixou o cargo para regressar à vida política polaca -, o PPE elegeu hoje também o novo secretário-geral, o grego Thanasis Bakolas, e os vice-presidentes da nova direção, entre os quais três comissários europeus: a búlgara Mariya Gabriel, o austríaco Johannes Hahn e a croata Dubravka Suica.
A nova direção do PPE é então liderada a partir de agora por Manfred Weber, que era candidato único à presidência do PPE, e foi eleito com 89% de votos favoráveis dos delegados presentes no congresso, no qual discursou o ainda líder do PSD, Rui Rio.
Weber, 49 anos, já anunciara em setembro de 2021 a intenção de assumir a presidência do partido, depois de Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu, ter anunciado o regresso à vida política polaca, para liderar a oposição ao atual governo conservador do PiS (Lei e Justiça) com vista às eleições de 2023.
Embora permaneça como a maior família política no Parlamento Europeu, na sequência das eleições europeias de 2019 -- com uma bancada com 179 deputados, seguido dos Socialistas e Democratas (S&D), com 146 -, o PPE perdeu muita força ao nível do Conselho Europeu à luz de eleições legislativas em vários Estados-membros nos últimos anos, tendo atualmente apenas oito chefes de Estado e ou Governo entre os 27, sendo que não está no poder em nenhum dos cinco Estados-membros com maior poder económico no bloco (Alemanha, França, Itália, Espanha e Países Baixos).
O grande desafio de Weber será assim tentar revitalizar o Partido Popular Europeu, já com as eleições europeias de 2024 na mira.
"Sejamos francos, não estamos no melhor momento da nossa história. Como podemos conquistar o voto dos jovens? Como podemos diferenciar-nos entre os populistas de direita e o centro liberal? É um desafio e a luta deve começar aqui, hoje, em Roterdão", declarou o novo presidente do PPE na terça-feira, após ser eleito.
Este foi o último Congresso do PPE em que Rui Rio participou, uma vez que deixará de ser presidente do PSD no próximo Congresso do partido, no primeiro fim de semana de julho, quando entrará em funções o vencedor das eleições diretas do passado sábado, Luís Montenegro.