O Rei Carlos III de Inglaterra apelou esta segunda-feira, no discurso de Natal, à "proteção do planeta" e à "proteção mútua" entre vizinhos, nesta última questão sem fazer qualquer referência explícita ao conflito israelo-palestiniano, noticiou a EFE.
No discurso gravado no salão principal do Palácio de Buckingham, apesar de algumas expetativas, Carlos III não abordou outras questões relevantes para o Reino Unido e para o cidadão comum, como o custo de vida ou o estado do sistema de saúde.
O monarca, que nunca escondeu a sua paixão pela defesa do ambiente, como a agricultura biológica que pratica há 40 anos, apelou à proteção do planeta porque, realçou: “É a casa que todos partilhamos”.
“Ao longo da minha vida, tenho-me regozijado com o facto de ter aumentado a atenção para a necessidade de proteger o planeta e o nosso mundo natural, porque é a casa que todos partilhamos. Considero uma grande inspiração o facto de muitas pessoas reconhecerem este facto, tal como já acontece na história de Natal, que nos diz que os anjos levaram a mensagem primeiro aos pastores, porque eram estas as pessoas que viviam entre as outras criaturas do Senhor”, sublinhou.
Perante o atual clima político, com o conflito israelo-palestiniano que deflagrou este ano e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia ainda em curso há quase dois anos depois, o rei de Inglaterra convidou todos a rezar, dizendo apenas: “Façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger o nosso vizinho”.
“Neste dia de Natal, o meu coração e os meus agradecimentos vão para todos aqueles que servem os outros e aqueles que cuidam da nossa casa comum, bem como para aqueles que procuram o bem dos outros. Desejo-vos um Feliz Natal, paz na terra e bons votos para todos, hoje e sempre”, declarou o Rei.
Carlos III lembrou ainda que esta época do ano é uma oportunidade para as famílias se reunirem, para recordar os que já partiram e também para recordar aqueles que se dedicam a ajudar os outros.
“Ao longo do último ano, o meu coração ficou comovido com os muitos exemplos de formas imaginativas com que as pessoas se preocuparam umas com as outras, indo mais longe para ajudar os que as rodeiam simplesmente porque sabem que é a coisa certa a fazer – em casa, no trabalho e nas suas comunidades”, disse o monarca.
Assinalou a propósito que ele e a mulher (Camila) estão “muito satisfeitos por centenas de representantes destas pessoas altruístas se terem juntado a eles na Abadia de Westminster para a coroação deste ano”. Essas pessoas, frisou, “são uma parte essencial da nossa sociedade”.