O candidato do PS à Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que se recandidata a um terceiro mandato, disse, esta segunda-feira, que quer ganhar para "cumprir um ciclo" que espera que seja "produtivo" para o concelho.
"Não estamos a pedir um cheque em branco ao fim de oito anos. Se fomos capazes de fazer tudo isto em momento de pré-falência da Câmara ou de pandemia, o que seremos capazes de fazer nos próximos quatro anos? Os próximos anos serão dificílimos. Não são anos para governaremos com aparelhismo de circunstância, são anos para governar com seriedade", referiu Eduardo Vítor Rodrigues.
Numa apresentação de campanha que decorreu no Parque da Lavandeira, o professor universitário, que se candidata a um terceiro mandato, começou por elencar o percurso feito pelo executivo de maioria PS, fazendo um balanço dos últimos oito anos, para depois avançar com os projetos que pretende ver implementados no futuro, dando destaque ao reforço das políticas sociais.
"Quero cumprir este último mandato, não por ser o último, mas porque corresponde a um ciclo que espero que seja produtivo para Vila Nova de Gaia", acrescentou.
Avançar com a criação de uma Unidade de Cuidados Continuados ou um polo de "startups", bem como construir Centro Municipal da Juventude e continuar os projetos do pavilhão multiúsos ou do Centro de Congressos, foram alguns dos projetos elencados num discurso de mais de uma hora, no qual também apontou que quer melhorar o concelho em matéria de mobilidade e transportes e de recolha de lixo e reciclagem.
Sobre as freguesias, Eduardo Vítor Rodrigues apontou que será necessário "assumir que pela frente haverá um processo de potencial desagregação de freguesias" de forma a "corrigir um erro do tempo da "troika"", mas garantiu que "em Gaia não será a Assembleia Municipal ou de Freguesia a decidir, mas será feito um referendo local que o Município patrocinará".
"O nosso caminho são as pessoas"
Com o lema de campanha "Dedicados a Gaia", o candidato do PS a Gaia, no distrito do Porto, também prometeu reforçar as políticas sociais, reabrir todas as ribeiras entubadas e implementar um sistema inteligente de ciclovias, entre outras medidas, frisando sempre que "não abdicará de uma gestão de rigor".
"O nosso caminho são as pessoas. Fizemos uma aposta num sistema de economia sustentável e não em deixar heranças, mas no legado que podemos deixar", referiu.
Já na fase em que fez o balanço dos dois mandatos anteriores, Eduardo Vítor Rodrigues disse que não aguardou pelo processo de descentralização para assumir parcerias com o Governo, destacando as obras na área da saúde ou da educação como a empreitada do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e a de retirada de amianto dos estabelecimentos escolares.
Ao balanço, somou a política de atratividade de empresas, apontando que a taxa de desemprego que "herdou" em 2013 "estava nos dois dígitos e agora está abaixo dos 8%", disse, reconhecendo que esse "não foi apenas um trabalho da Câmara, mas um trabalho do país".
E criticou medidas que remontam a 2010 quando a autarquia de Gaia era liderada pela coligação PSD/CDS-PP, falando do "esforço de reabilitação" feito no que diz respeito a meios de Proteção Civil, entre outros.
"Compramos uma escada "magirus" abdicando de coisas que nos dariam visibilidade mediática (...). Apostamos na reabilitação antes de construir. Não apostamos em construir para inaugurar", acrescentou.
O atual presidente da autarquia de Gaia também falou da área dos transportes, apontando que a extensão da linha de metro até Vila D"Este, passando pelo hospital, já está em curso e lembrou a segunda linha de Gaia, que implica a construção de uma ponte dedicada para ironizar com uma promessa que o seu antecessor, Luís Filipe Menezes, fez em 2011, mas não viu a luz do dia.
"Posso garantir-vos demorará que a burocracia administrativa em Portugal faz com que demore, mas demorará seguramente menos do que o túnel que liga a Afurada à Foz", disse, terminando o discurso com a garantia de que "esta candidatura encarna uma filosofia humanista e um modo de ser e de estar que já foi posto à prova", disse.
A Câmara de Vila Nova de Gaia é atualmente liderada pelo PS que conquistou, nas autárquicas de 2017, nove mandatos, sendo oposição no executivo o PSD com dois eleitos.
Além da do PS, até agora foram oficializadas as candidaturas da deputada à Assembleia da República Diana Ferreira (CDU), do engenheiro civil Renato Soeiro (BE), do gestor Alcides Couto (Chega) e do deputado à Assembleia da República e vereador Cancela Moura (PSD/CDS-PP/PPM).