O "país de Pasteur" está a atingir taxas de recusa da vacina de 50%, alerta autarca lusodescendente
08-12-2020 - 17:03
 • Henrique Cunha com Renascença

Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris, diz à Renascença que é preocupante a resistência manifestada pela opinião publica francesa à vacina. É "incrível haver a necessidade de se ter de defender com força e de explicar e ter um trabalho de proximidade” para explicar as virtudes da vacina", diz.

Em França, perto de metade da população não está convencida quanto à vacina da Covid-19. O lusodescendente Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris, diz à Renascença que é motivo de preocupação a resistência manifestada pela opinião publica francesa.

De acordo com o autarca, “nesta altura, cerca de 50 por cento dos franceses não quer a vacina”, o que “nesta altura é uma má noticia” porque “implica ter um trabalho complementar de informação e de acompanhamento”, até porque “perante uma pandemia como esta, estes números poder ter importância”.

Hermano Sanches Ruivo admite que “essa é a principal dificuldade - para além claro além de saber a data efetiva em que chega a vacina – a de saber qual vai ser a reação da população”.

O lusodescendente sublinha o facto de “França ter esses paradoxos”, o de ser “o país de Pasteur e da vacina e, ao mesmo tempo, está a atingir taxas de recusa que, por enquanto, são um bocado preocupantes”.

Ainda assim, o autarca em Paris não tem dúvidas “de que uma grande maioria vai aceitar a vacina”. No entanto, Sanches Ruivo admite ser” incrível haver a necessidade de se ter de defender com força e de explicar e ter um trabalho de proximidade” para explicar as virtudes da vacina, porque “há aqui -e sempre houve um núcleo de pessoas contra a vacina”.

“Em termos logísticos está tudo preparado porque a experiência que se ganhou, ajudou as cidades, mais do que muitas vezes os governos, a terem essa compreensão, essa reatividade e, portanto, Paris está claramente preparada para a vacina. O que é preciso é que ela chegue e chegue em condições”, conclui o lusodescendente.