O arranque da época balnear nas praias do Algarve, de Almada, de Cascais e da Nazaré sob regras de distanciamento social e lotação, devido à pandemia de Covid-19, decorreu sábado sem incidentes, disse fonte da Autoridade Marítima Nacional (AMN).
“Até agora não temos nada a registar. O tempo hoje também não foi o melhor, mas correu tudo normalmente. Houve um cumprimento geral das pessoas, as praias não estavam muito preenchidas”, afirmou à Lusa o porta-voz da AMN, o comandante Fernando Pereira da Fonseca.
Para o responsável do organismo, a principal mudança com o início da época balnear em certas áreas do país passou essencialmente pela presença dos nadadores-salvadores no terreno, bem como os equipamentos de socorro previstos, garantindo, assim, a vigilância e o “aumento da segurança” destas praias.
“O dispositivo [da AMN] é o mesmo que desde o início foi preparado, com o reforço depois das viaturas Amaroc e do pessoal da Marinha, mas a grande diferença que existe a partir do momento que é época balnear é ter os nadadores-salvadores, que faz com que em qualquer incidente haja logo apoio imediato”, observou, sem deixar de salientar que as “embarcações salva-vidas foram para a água e andaram junto das praias que tinham maior afluência”.
Fernando Pereira da Fonseca valorizou ainda um outro aspeto da presença dos nadadores-salvadores nestes areais, ao associá-los a um maior cumprimento das normas estipuladas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para a frequência das praias neste verão.
“Apesar de não ser a sua função, se o nadador-salvador identificar alguma situação em que as pessoas não estão a cumprir com as regras de distanciamento chama a Polícia Marítima. É mais um elemento que nos pode ajudar e não só na sensibilização. Mas a tarefa deles é salvar pessoas e estar a olhar para a água e não fazer vigilância para ver se as pessoas estão a metro e meio de distância umas das outras”, afirmou.
Este ano, o Governo estabeleceu regras para a utilização das praias, como o distanciamento físico de 1,5 metros entre diferentes grupos e afastamento de três metros entre chapéus de sol, toldos ou colmos.
O executivo definiu regras para o funcionamento de restaurantes, bares ou esplanadas de praia, que devem higienizar regularmente os espaços (com o mínimo de quatro limpezas diárias), limitar a capacidade a 50% e reorganizar a esplanadas para assegurar o distanciamento de segurança.
Os toldos e chapéus a cargo dos concessionários só poderão ser alugados por cada pessoa ou grupo numa manhã (até às 13:30) ou tarde (a partir das 14:00) e todos os equipamentos como gaivotas, chuveiros, espreguiçadeiras ou cinzeiros “devem ser higienizados diariamente ou sempre que ocorra a mudança de utente”.
A Agência Portuguesa do Ambiente definiu a capacidade potencial de ocupação das praias e informa em tempo real sobre a lotação de cada uma, através da aplicação ‘Info Praia’.
Nas restantes regiões do país, as datas de arranque serão variáveis e faseadas, sendo que a segunda fase acontecerá em 13 de junho em algumas praias da costa alentejana e da região Tejo e Oeste, nomeadamente em Grândola, Sesimbra e Setúbal (capital de distrito), em Alcobaça e nas Caldas da Rainha, em Leiria.
Já na região Centro, o arranque da época balnear está previsto para 20 de junho, com fim entre 30 de agosto a 20 de setembro, enquanto no Norte só vai começar em 27 de junho, estendendo-se até 30 de agosto.
Na Região Autónoma da Madeira, a época balnear inicia-se na segunda-feira ou terça-feira e estende-se até 30 de agosto ou 31 de outubro, enquanto nos Açores poderá ocorrer entre 1 de junho a 1 de julho, com fecho entre 31 de agosto e 14 de outubro.