Casamentos em abril? Setor quer rastreios a convidados para retomar atividade
21-02-2021 - 14:17
 • Lusa

Paragem está a pôr em causa a sobrevivência de grande parte das empresas. Com as restrições impostas perdeu-se 83,2% da atividade no ano passado.

O Movimento de Empresas do Setor do Casamento (MESC) quer retomar a atividade em abril, depois de um ano "praticamente parada", com a realização de testes à Covid-19 a convidados para a concretização das bodas.

"A realização de teste ou demonstração de teste negativo a menos de 72 ou 24 horas (consoante o teste utilizado) será requisito para a realização do casamento", propõe o movimento, em comunicado.

A identificação de pessoas infetadas vai impedir que estas vão ao casamento, evitando que possam ser transmissoras do vírus a convidados e funcionários, sublinhou.

Desta forma, os espaços onde se organizam os casamentos passam a ser "parte ativa" na testagem, identificação, comunicação e isolamento de infetados, frisou.

Além da realização de testes, o movimento defende a recolha dos contactos telefónicos de todos os convidados por parte do espaço onde acontece o casamento e a sua comunicação à Direção-Geral da Saúde (DGS) em caso de ocorrência de um surto.

"Estas soluções vão permitir resolver de uma forma efetiva o isolamento de indivíduos infetados e de todos aqueles que estiveram em contacto", salientou, na nota de imprensa.

O movimento lembrou que o período de paragem é já "extremamente longo" e está a pôr em causa a sobrevivência de grande parte das empresas destes setores, nomeadamente hotelaria, cultura e serviços.

Falando num setor "altamente sazonal", o movimento alertou que, com as restrições impostas, se perdeu 83,2% da atividade de 2020.

"Apesar de ter sido legalmente viabilizada a atividade do setor, a imposição de todas as medidas restritivas, bem como o clima generalizado de medo e desconfiança fez com que mais do que 80% dos casamentos agendados em 2020 fossem reagendados para 2021 ou cancelados", indicou.

Esta situação obrigou, por um lado, as empresas a cumprir com os contratos dos clientes que quisessem realizar os eventos e, por isso, a abdicar de regimes como o `layoff´ e, por outro lado, entrar em litigância com clientes, ressalvou.

Além disso, deste setor dependem sete mil empresas e 150 mil pessoas, acentuou.