Faltava ainda mais de uma hora para a hora de “fecho das urnas” nos círculos de emigração, mas isso não impediu André Ventura de reclamar vitória na Europa e a eleição de dois deputados - mesmo que muitos dos votos ainda não tenham sido contados e continuem a chegar até às 19h.
A falar a partir da sede do partido, o presidente do Chega agradeceu “àqueles que partiram e, procurando um lugar melhor para viver, não se esqueceram da frustração que o sistema português lhes criou e, por isso, votaram na mudança”.
Um “resultado histórico”, afirmou Ventura, “nunca visto em 50 anos de democracia”, afirmando que o Chega tem informações de que vence no círculo da Europa: “Pela primeira vez, há um partido que não PS e PSD a vencer em número de votos estes círculos."
O líder do Chega diz que os votos recebidos do Brasil esta quarta-feira, cerca de 11 mil, mostram “uma vitória clara em número de votos nos dois círculos da emigração”, como partido mais votado no círculo da Europa e segundo partido mais votado no círculo de Fora da Europa.
“Os emigrantes, mais do que ninguém, conhecem as razões do fracasso de Portugal na saúde, na habitação, nos impostos, na corrupção. Por isso revoltaram-se, com justiça e firmeza, para dizerem que querem um país diferente. Agradeço-lhes de coração”, disse, indicando que os resultados “superaram largamente” as expectativas do partido.
Não eleição de Santos Silva? É “vitória do Chega sobre o sistema socialista”
Ventura aproveitou depois para atacar quem, diz, numa altura em que não se conhecem resultados, não foi eleito. “Esta é uma vitória particularmente importante”, afirma, considerando-o o “símbolo da vitória da humildade sobre a arrogância” e da “democracia sobre a cegueira ideológica”.
“É o símbolo da vitória do Chega sobre o sistema socialista que, nos últimos anos e ancorado numa maioria socialista, tinha aniquilado, censurado e atacado persistentemente o Chega”, afirma.
O líder do Chega diz que esta é uma “mensagem clara” para Santos Silva, de que os emigrantes não o querem como presidente da Assembleia da República, assinalando a “marca histórica” de 50 deputados.
Nos resultados conhecidos até terça-feira, o Chega era o partido mais votado no círculo da Europa, com 38.670 votos, o que garantia a eleição do deputado José Dias Fernandes. Em segundo, com 33.749, surgia o PS, com a eleição do deputado Paulo Pisco.
No círculo de Fora da Europa, até terça-feira, a AD era o partido mais votado, com 11.327 votos, que garante a eleição do antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário. O Chega tinha 7.749 votos, mais do que os 6.696 votos do PS, parecendo mais provável a eleição de Manuel Alves, antigo militante do PSD.