O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considera que o reparo sobre os cuidados primários feito por Marcelo Rebelo de Sousa numa entrevista, na noite de quinta-feira, é "muito útil" e lembra que a direção executiva do SNS tem dado sinais positivos.
O Presidente pediu atenção aos cuidados primários, por entender que é preciso ter uma reconstrução sistémica do Serviço Nacional de Saúde, para que não se esteja muito tempo a intervir ponto a ponto.
“O que o senhor Presidente da República fez foi chamar à atenção para algo que nós temos dito: que é mesmo preciso melhorar os mecanismos de gestão do Serviço Nacional de Saúde”, disse Pizarro, sublinhando que “a direção executiva está em plenitude de funções desde o dia 1 de janeiro, ainda não completou sequer três meses de atividade”.
“Acho que já tem dado sinais muito positivos de melhoria das decisões em matéria de gestão e não há, de facto, nenhuma boa razão para que a performance que o Serviço Nacional de Saúde tem em algumas zonas do país não possa ser lançada noutras zonas”, defendeu.
O ministro explicou ainda que isso “não significa que as medidas a tomar sejam exatamente iguais, porque as realidades em cada sítio são distintas e o SNS tem que se adaptar às realidades distintas”.
“É um esforço adicional que é pedido a um serviço que está presente mesmo em todo o país”, reforçou.
Nestas declarações, em Coimbra, à margem do 3.º Encontro de Unidades de Hospitalização Domiciliária, Manuel Pizarro considerou “exagerados” os números da greve dos médicos na quinta-feira, uma paralisação promovida pela Federação Nacional dos Médicos e que, de acordo com esta estrutura sindical, teve uma adesão de quase 100% em todo o país.