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O PCP e o Bloco de Esquerda “tiraram o tapete ao Governo” na polémica da Taxa Social Única (TSU), acusou o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, durante o debate que culminou no chumbo da descida da TSU.
Num debate parlamentar sobre a medida destinada a compensar os patrões pelo aumento do salário mínimo nacional (SMN) para 557 euros, o deputado social-democrata lançou duras críticas ao Governo e aos partidos de esquerda que o suportam.
O líder parlamentar do PSD defendeu a “coerência” do seu partido, que votou contra a descida da TSU, e rejeitou as acusações de que os sociais-democratas mudaram de posição. “Podem gritar e berrar. O PSD é mesmo um partido coerente e responsável e não contém connosco para simulações”, declarou Luís Montenegro.
“A geringonça é vossa. Vocês é que têm de a pôr a mexer. É coerente o PCP e o Bloco tirarem tapete ao Governo, que só existe porque eles garantiam apoio estável no Parlamento? É coerente o primeiro-ministro gabar a coerência do PCP e do Bloco quando estes fazem o contrário do que prometeram?”, criticou o deputado social-democrata.
O PSD defende que o Governo, o PCP e o Bloco devem explicações aos portugueses.
Luís Montenegro pergunta mesmo se, ao assinar um acordo que sabia estar condenado à partida, o primeiro-ministro não pretendeu "abrir uma guerra na geringonça".
O CDS absteve-se na votação contra a baixa da TSU, mas o deputado Nuno Magalhães também lançou um forte ataque ao Governo e aos partidos de esquerda. O líder parlamentar do CDS acusou a esquerda de "enganar o país" e concluiu que o diferendo em torno da TSU prova que "a tão apregoada maioria parlamentar não existe".
Bloco não quer trabalhadores a pagar aumento do salário mínimo
Antes das intervenções do PSD e do CDS, o Bloco defendeu que o decreto de descida da TSU dos empregadores, em 1,25 pontos percentuais, nos salários mínimos, “é injusto e errado e deve ser anulado”.
O deputado bloquista José Soeiro considera que seria errado “pôr os trabalhadores a pagar o aumento do salário mínimo nacional”. “Seria errado e insensato acompanhar subida do salário mínimo nacional de benefícios para os patrões”, reforça.
Em alternativa ao “desconto a TSU”, José Soeiro propõe medidas de apoio às pequenas e médias empresas, como a redução da factura energética, do Pagamento Especial por Conta (PEC) e mais facilidade no acesso ao crédito.
O Bloco de Esquerda sublinha que, neste debate da TSU, “a única novidade é a pirueta do PSD”, que votou contra a medida.
Para a deputada Rita Rato, do PCP, a oferta da redução da TSU como contrapartida para o aumento do salário mínimo “deve hoje ser revogada, porque é uma medida errada e prejudicial para os trabalhadores”.
“O aumento do SMN é uma exigência de dignidade e não deve ter contrapartidas, além do trabalhado de cada trabalhador”, defende Rita Rato. "A redução da TSU significa uma opção do Governo por política de estímulo aos baixos salários."
[Notícia actualizada às 18h24]