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A Alemanha está disponível para contribuir mais para o orçamento da União Europeia, no sentido de ajudar outros parceiros na recuperação pós-pandemia de Covid-19. A intenção foi manifestada por Angela Merkel, esta quinta-feira, no Bundestag (parlamento alemão).
A chanceler apelou ainda ao “espírito de solidariedade”. “Devemos estar preparados, durante um período limitado, para agir de forma diferente, o que significa dar uma contribuição muito maior para o orçamento da UE”, disse Merkel, no Parlamento alemão, antes do Conselho Europeu, marcado para a tarde desta quinta-feira. A propósito, a líder do Governo alemão explica que na reunião de hoje não serão acertados detalhes definitivos sobre o plano de ataque da UE.
Não será, ainda, neste Conselho Europeu que António Costa dissipará a dúvida sobre se o programa de recuperação disponibiliza "uma fisga ou uma bazuca" aos estados-membros para atacarem a crise pós-pandemia. Certo é que a Alemanha, que tem um balanço comercial superior ao exigido pelas regras da UE, se prepara para assumir uma posição solidária e irá reforçar o seu compromisso comunitário.
"OMS é parceiro indispensável"
Outro compromisso que Merkel pretende manter é o que está estabelecido com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao contrário dos Estados Unidos, que suspenderam o financiamento, “a OMS é um parceiro indispensável para a Alemanha”, sustentou, distanciando-se da posição assumida por Donald Trump.
A Alemanha já começou a levantar algumas medidas restritivas e a resposta do serviço nacional da saúde permitiu “ganhar tempo”. No entanto, Angela Merkel avisa que não é ainda possível regressar à vida normal. “Não estamos a viver a fase final da pandemia. Ainda estamos no início”, assinala.
De acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, de 23 de abril, a Alemanha é o quinto país com mais casos de Covid-19 confirmados (150.648). Já morreram 5.135 pessoas e há 103.300 recuperados.
A Baviera, maior estado federado da Alemanha e o mais afetado, tem agora quase 40 mil casos (39.395) e 1.476 vítimas mortais.
Esta quarta-feira, o Instituto Paul Ehrlich (PEI), entidade responsável pelas vacinas e medicamentos biomédicos da Alemanha, anunciou ter dado luz verde ao primeiro estudo clínico no país para uma vacina contra a covid-19.
A primeira fase dos testes deverá realizar-se a um grupo de 200 pessoas saudáveis, entre os 18 e os 55 anos.