“Há mais 44 mil crianças em risco de pobreza"
20-11-2024 - 09:25

Uma em cada cinco crianças está em risco de pobreza. comparando os dados de 2023 com os do ano anterior, “há mais 44 mil crianças em risco de pobreza em Portugal”.

Cáritas Portuguesa, Rede Europeia Anti-Pobreza e vários académicos apelam a que a luta contra a pobreza infantil seja uma prioridade.

O apelo surge no dia em que se comemoram 35 anos da adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança.

Os subscritores deste documento enviado à Renascença pedem um investimento em várias áreas, como a implementação de políticas dirigidas ao rendimento das famílias com crianças, entre outros.

As 347 mil crianças em risco de pobreza devem ser olhadas como prioridade. No documento, lembra-se que “uma em cada cinco crianças está em risco de pobreza” e destaca-se que, comparando os dados de 2023 com os do ano anterior, “há mais 44 mil crianças em risco de pobreza em Portugal”.

“Assim, as mais de dez organizações, entidades, peritos e académicos apelam a que a luta contra a pobreza infantil seja uma prioridade”, lê-se no texto.

Os proponentes sublinham que “as crianças constituem o grupo etário que regista a maior taxa de risco de pobreza e também aquele em que se observa uma evolução mais desfavorável deste indicador”.

Por isso, dizem que “é preciso centrar as atenções nas causas do problema e na melhor forma de o debelar, utilizando todos os recursos disponíveis, colocando a tónica na necessidade de conhecer a fundo esta problemática”. “O diagnóstico rigoroso e atual do problema leva-nos a uma ação mais consciente e eficiente e é necessário imprimir alguma mudança na intervenção nesta área específica da infância”, referem as organizações.

Os subscritores do apelo pedem ainda um investimento em várias áreas, como a implementação de políticas dirigidas ao rendimento das famílias com crianças; projetos de promoção e reforço dos direitos e bem-estar das crianças; e a auscultação dos pais e das crianças que se encontram em situação de pobreza.

De acordo com a nota enviada à Renascença, o documento foi criado no âmbito do Grupo de Trabalho da Pobreza Infantil, dinamizado pela EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza, após a demonstração de várias preocupações sobre o contexto atual deste fenómeno.