Cáritas Portuguesa, Rede Europeia Anti-Pobreza e vários académicos apelam a que a luta contra a pobreza infantil seja uma prioridade.
O apelo surge no dia em que se comemoram 35 anos da adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança.
Os subscritores deste documento enviado à Renascença pedem um investimento em várias áreas, como a implementação de políticas dirigidas ao rendimento das famílias com crianças, entre outros.
As 347 mil crianças em risco de pobreza devem ser olhadas como prioridade. No documento, lembra-se que “uma em cada cinco crianças está em risco de pobreza” e destaca-se que, comparando os dados de 2023 com os do ano anterior, “há mais 44 mil crianças em risco de pobreza em Portugal”.
“Assim, as mais de dez organizações, entidades, peritos e académicos apelam a que a luta contra a pobreza infantil seja uma prioridade”, lê-se no texto.
Os proponentes sublinham que “as crianças constituem o grupo etário que regista a maior taxa de risco de pobreza e também aquele em que se observa uma evolução mais desfavorável deste indicador”.
Por isso, dizem que “é preciso centrar as atenções nas causas do problema e na melhor forma de o debelar, utilizando todos os recursos disponíveis, colocando a tónica na necessidade de conhecer a fundo esta problemática”. “O diagnóstico rigoroso e atual do problema leva-nos a uma ação mais consciente e eficiente e é necessário imprimir alguma mudança na intervenção nesta área específica da infância”, referem as organizações.
Os subscritores do apelo pedem ainda um investimento em várias áreas, como a implementação de políticas dirigidas ao rendimento das famílias com crianças; projetos de promoção e reforço dos direitos e bem-estar das crianças; e a auscultação dos pais e das crianças que se encontram em situação de pobreza.
De acordo com a nota enviada à Renascença, o documento foi criado no âmbito do Grupo de Trabalho da Pobreza Infantil, dinamizado pela EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza, após a demonstração de várias preocupações sobre o contexto atual deste fenómeno.