O número de participações por violência doméstica baixou mais de 25% durante o confinamento, quer na estatística da PSP quer na da GNR. Mas “as denúncias vão disparar a partir do final do mês, com o regresso de muita gente do teletrabalho”, acredita o psicólogo da APAV Daniel Cotrim, um dos participantes da edição deste sábado do programa "Em Nome da Lei".
A opinião é partilhada por Carlos Poiares, especialista em psicologia criminal. “Os estilhaços da pandemia, em termos de violência no seio da família, vão surgir nos próximos meses”, defende o investigador.
Durante o período de confinamento, as vítimas foram obrigadas a viver num ambiente totalmente controlado pelo agressor, com a agravante de que muitas delas ficaram no desemprego ou em regime de lay-offf. “A vulnerabilidade económica agravou ainda mais a sua situação de risco e essa circunstância explica em parte a redução do número de participações”, diz ainda Daniel Cotrim.