O Presidente cessante dos Estados Unidos perdoou Chelsea Manning, a militar que entregou documentos ao Wikileaks. Barack Obama reduziu a pena para sete anos de prisão. O anúncio foi feito esta terça-feira pela Casa Branca, a três dias do final do mandato de Obama.
A decisão provocou a ira de destacados membros do Partido Republicano. Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes, fala num "ultraje" e num "precedente perigoso".
"A traição de Chelsea Manning colocou vidas americanas em perigo e expôs alguns segredos sensíveis da nossa nação", declarou Paul Ryan.
Chelsea Manning foi condenada em Agosto de 2013 por entregar milhares de ficheiros sobre operações secretas no Iraque e no Afeganistão ao site Wikileaks.
Cumpria uma pena de 35 anos de prisão e tinha sido afastada do Exército norte-americano, após ter estado em missão no Iraque.
A Amnistia Internacional (AI) tinha vindo a denunciar as condições desumanas e ilegais em que Chelsea Manning se encontrava detida, na base militar de Quantico, no estado de Virgínia.
O Conselho dos Direitos Humanos da ONU também criticou os Estados Unidos pela forma desumana como Manning estava encarcerada.
A militar foi submetido a privação de sono, nudez forçada e outras formas de tortura psicológica.
Depois de ter sido condenado, anunciou que ia começar a realizar um tratamento hormonal para mudar de sexo. Foi então que mudou o nome de Bradley para Chelsea Manning.
Durante o julgamento, pediu desculpa por ter entregue material secreto ao site Wikileaks. “Lamento ter magoado pessoas. Lamento ter ferido os Estados Unidos. Peço desculpa pelos resultados inesperados das minhas acções”, disse.
Em 2010, Manning, analista de dados, entregou mais de 700 mil relatórios e telegramas diplomáticos secretos ao portal Wikileaks sobre operações secretas no Iraque e no Afeganistão.
Além do perdão a Chelsea Manning, o Presidente Barack Obama amnistiou outros 64 reclusos e reduziu a pena a outros 208 prisioneiros.
[Notícia actualizada às 00h08]