O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pede, esta terça-feira, um plano ao Governo com medidas para fazer face aos problemas nas urgências.
"Este cenário de grande afluência não é nada que seja de admirar. O que é de admirar é que, sabendo isso, e que há cerca de 1.5 milhões de portugueses sem médicos de família, o Governo ainda não tenha tomado medidas", afirma.
O sindicalista avisa que muitas pessoas que recorrem ao serviço das urgências "em situações já de grande gravidade".
Jorge Roque da Cunha relata que uma paciente no hospital Beatriz Ângelo esteve 16 horas à espera no serviço de urgências.
E explica que a pressão atual também é resultado da falta de acompanhamento das doenças crónicas, durante a pandemia. "É uma situação que nos deve preocupar", aponta, realçando que os problemas são transversais a todos os centros urbanos do país.
"Eu falo da Guarda, de Portimão, de Penafiel, de Chaves, onde muita da primeira linha é feita de colegas sem especialidade. É evidente que têm uma maior dificuldade em dar resposta a situações complicadas. Com a incapacidade que o Governo tem demonstrado em captar especialistas, tem de tratar isto como um problema", afirma.