“Rezem o terço todos os dias pela paz no mundo e pelo fim da guerra”, pediu o Papa , esta quarta-feira, saudar os peregrinos de língua portuguesa.
Ao recordar, neste mês de maio, o pedido de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, Francisco acrescentou: “Também eu vo-lo peço: rezai o terço pela paz. Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, nos ajude a construir caminhos de encontro e veredas de diálogo, e nos dê a coragem de os percorrer sem demora.”
Na audiência geral desta quarta-feira, o Papa fez um balanço da sua última visita à Hungria usando duas imagens: a das raízes e a das pontes. “As raízes fazem-me pensar na gente simples e trabalhadora que ali encontrei. São pessoas de fé que se deixam iluminar pelos santos do seu passado e que não têm medo do futuro, pois Cristo é o nosso futuro”.
O Santo Padre recordou os momentos de prova que os húngaros sofreram no passado, nomeadamente com as invasões nazi e soviética do século XX, mas acrescentou que hoje, “a ameaça vem do consumismo e do bem-estar que, fazendo esquecer as raízes, levam a trocar a beleza de estar em comunidade pela aridez do individualismo”.
A propósito da imagem das pontes, que define a própria cidade de Budapeste, o Papa recordou a vocação da Europa, “chamada a construir pontes de paz, a incluir as diferenças e a acolher quem lhe bate à porta”. E convidou todos a interrogarem-se: “Sou construtor de pontes, de harmonia e de unidade?”
No final, como habitualmente, Francisco pediu orações pela “martirizada população ucraniana”.
Entre os presentes na audiência desta quarta-feira, esteve o metropolita ortodoxo russo Anton, responsável do patriarcado de Moscovo para as relações externas, que ontem manteve contactos com o Vaticano, ao nível do Dicastério para as Igrejas orientais.
O homem de confiança do patriarca Kiril saudou cordialmente o Papa, que lhe beijou a cruz peitoral.
O encontro acontece poucos dias após o colóquio de Francisco com o metropolita russo Hilarion, na nunciatura de Budapeste. Hilarion foi o responsável das relações externas do patriarcado ortodoxo de Moscovo durante 13 anos, até ser substituído no cargo pelo metropolitano Anton.