“Israel vai atacar Rafah e não deixará de retaliar contra o Irão”. A ideia é defendida na Renascença pelo general Arnaut Moreira, no dia em que a imprensa israelita dá conta de um eventual apoio dos Estados Unidos a uma operação israelita no sul da Faixa de Gaza. Em troca, Washington exige a Televive que não ataque o Irão.
Na leitura do general Arnaut Moreira são duas questões diferentes, embora admita que possa estar a haver uma tentativa de convencer Israel a moderar a resposta ao ataque iraniano.
“Não pode haver troca porque as duas vão ter que ser feitas. Isto é, Israel nem vai deixar de atacar Rafah nem vai deixar de responder ao Irão porque se situam em planos absolutamente diferentes. Não é a mesma coisa”, argumenta.
Na visão do general, “a tentativa de ligar uma coisa à outra procura, neste momento, criar condições para procurar diminuir o ataque, a intensidade do ataque de Israel ao Irão”.
Entretanto, contactada pela Renascença, a embaixada israelita em Lisboa prefere não comentar a possibilidade de ataque.
Segundo a imprensa israelita, que cita um jornal do Qatar, os Estados Unidos acabam de aceitar o plano de Israel para atacar Rafah, no sul de Gaza, em troca de uma grande operação contra o Irão, depois dos ataques a solo israelita do fim de semana por parte de Teerão.
“Não ataquem Rafah”, pediu, entretanto, o chefe da diplomacia europeia.
Em Capri - à margem de uma reunião do G7 - Josep Borrell foi questionado sobre o tema. O chefe da diplomacia europeia defendeu que um ataque a Rafah seria uma catástrofe e lembra que o próprio Biden tem sido muito claro neste ponto.