Até 2020, o Governo quer ter mais de metade dos alunos do ensino secundário nas vias profissionalizantes, mas o número de estudantes que optam pelos cursos profissionais está a diminuir. É o que mostram os dados divulgados pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
Entre os anos letivos 2013/14 e 2015/16 , a proporção de alunos nas vias profissionalizantes (cursos profissionais, cursos tecnológicos, cursos artísticos, cursos vocacionais, cursos de educação e formação e cursos de aprendizagem) desceu de 43% para 40,3%.
Em termos absolutos, só os cursos profissionais perderam 5.096 alunos naquele período. Em 2015/16 estavam matriculados 105.654 alunos, em 687 escolas profissionais. Por outro lado, aumentaram os alunos inscritos no ensino secundário, vocacionado para o acesso ao ensino superior, que no mesmo período ganhou 5.350 alunos.
A fasquia de 50% dos alunos nos cursos profissionais, frequente em muitos países europeus, tinha sido apontada como uma meta pelo anterior Governo PSD/CDS, mas o atual quer ir mais longe e traçou como objetivo, no Plano Nacional de Reformas, 55% até 2020.
Ensino profissional. O sucesso também mora aqui
Dentro do universo do ensino profissional, há escolas que se distinguem por terem uma percentagem elevada de alunos que concluíram o ensino profissional dentro do tempo normal, ou seja, até três anos depois de terem ingressado nesta modalidade de ensino, oriundos do 3º ciclo.
Na
avaliação feita pela
Renascença foram tidas em conta as escolas
com uma taxa de conclusão superior a 90%. Neste grupo há seis
escolas: 5 no norte do país e uma na zona centro. Foi justamente
esta última que conseguiu ter uma taxa de conclusão mais elevada. Trata-se
da Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, no
distrito de Santarém, que no ano lectivo 2015/2016 lecionava os
cursos de Artes do Espetáculo e de Técnico de Apoio à Infância.
Nesta
escola pública, 95% dos alunos, conseguiram acabar o ensino
profissional nos 3 anos. Um valor já por si elevado e que se destaca
ainda mais porque neste município apenas 49% dos alunos concluíram
o ensino profissional sem repetências.
Também foi esta escola a que conseguiu fazer com que os seus alunos progredissem mais face aos seus colegas com perfil semelhante à entrada do secundário profissional (mesma idade e mesmo escalão ASE). Estes alunos progrediram mais 37% do que os outros ao nível nacional.
As outras escolas que conseguiram ultrapassar a marca dos 90% de conclusão do ensino profissional em três anos (portanto, sem repetências) são todas privadas e estão no norte do país.