O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, diz que estes cidadãos "não vão render-se", em reação ao começo da guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Não temos hipótese, temos que lutar, ou então esvaziar a Ucrânia e fugirmos todos", defende, ouvido pela Renascença.
Pavlo Sadokha destaca que as declarações do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, durante a manhã desta quinta feira foram um "ponto positivo".
"Outro ponto, também muito importante, é que Portugal está aberto para receber refugiados. O meu telefone não para desde manhã, com ucranianos que vivem cá em Portugal que querem tirar os seus familiares – pais, filhos – daquelas cidades que foram atacadas, e ainda podem ser atacadas", relata.
O presidente da Associação que representa os cidadãos ucranianos que residem em Portugal deixa, no entanto, o apelo a que a Europa faça mais do que apenas receber refugiados.
"Isso significa o quê? Que o mundo vai deixar a Ucrânia render-se à Rússia?", aponta, apelando a um apoio "para todos os que estão a lutar, mas não no modo de nos rendermos ao agressor Putin, mas sim defender a integridade da Ucrânia como Estado".
Em Portugal, a comunidade ucraniana conta com cerca de 45 mil pessoas - 27 mil com autorizações de residência e mais de 15 mil com a nacionalidade portuguesa.
É a quinta maior comunidade com autorizações de residência no país.
“Os ucranianos estão muito bem integrados na sociedade portuguesa, são pessoas bem instaladas, já com as suas casas, com as suas atividades profissionais. São pessoas pouco diferenciadas dos portugueses. Talvez a pronuncia, mas só nas pessoas com mais idade”, explica Pavlo Sadokha