Naquele que é o primeiro banho de multidão, esta quarta-feira cerca de 15 mil voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) desaguaram no Estoril e encheram os jardins do Casino para uma missa presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Aos jovens de t-shirts amarelas vestidas, de chapéus verdes para travar o calor do sol, D. Manuel Clemente considerou que o encontro de Lisboa que começa dentro de cinco dias será “uma jornada de desconfinamento juvenil universal”.
Nas palavras do cardeal que começou por se dirigir aos voluntários como “amigos” e em português, espanhol e inglês, a JMJ acontece numa altura em que os jovens “bem precisavam disto”.
Segundo o cardeal, depois da pandemia que obrigou a adiar a JMJ e depois do confinamento que marcou a juventude de muitos do que estão em Lisboa para este evento, a JMJ de Lisboa será um momento de “desconfinamento não só do corpo, mas sobretudo da alma”.
D. Manuel Clemente, que começou por “dar graças” aos voluntários, sublinhou o facto de eles estarem a “cumprir a vontade de Deus” ao participar na JMJ. Neste Dia de Santa Ana e São Joaquim, “avós de Cristo”, o cardeal saudou também os voluntários “menos jovens” que se juntam a esta “aventura” da Jornada.
Destacando a “confluência de gerações” que tinha no relvado à sua frente, D. Manuel Clemente lembrou os 87 anos do Papa Francisco e de como ele tem falado da “necessidade das gerações colaborarem”.
Por último, numa missa a que assistiu o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, o cardeal patriarca deixou os “votos de que daqui a uma semana, quando acabar a JMJ, saiam felizes pelo que ouviram e viram”, num evento a que D. Manuel Clemente chamou de “concentração extraordinária de Cristo”.
“Venham que vão gostar, mas venham também para participar”
No final da missa concelebrada por padres de diferentes países, o Cardeal-patriarca deixou o altar fortemente aplaudido pelos voluntários que marcaram presença no Estoril. Já à margem da celebração, e a seis dias do início da JMJ, o cardeal deixou um apelo à mobilização.
Em declarações aos jornalistas, D. Manuel Clemente diz que tem “a certeza” de que os jovens “vão gostar”. É essa a mensagem que deixa nesta contagem decrescente para a JMJ. “Isto é um concentrado de Cristo e de tudo o que Cristo representa, de acolhimento, força, coragem, horizontes largos. Vê-se isso bem pelos milhares que aqui estavam e são só voluntários! A mensagem é venham que vão gostar, mas venham também para participar”.
Questionado sobre o “primeiro banho de multidão”, D. Manuel disse com algum sentido de humor que este é um “duche rápido” que o banho ainda está para vir quando o Papa chegar a Lisboa.
Papa quer que os jovens sejam protagonistas da transformação
Também presente nesta missa para os voluntários esteve o representante do Vaticano para a Juventude. O padre João Chagas lembra que, num mundo afetado pela guerra, o Papa pede aos jovens que sejam o motor da mudança.
“A Jornada acontece depois de um período de pandemia e acontece num período de guerra, guerra em diferentes lugares do mundo. A Humanidade levantar-se, precisa reerguer-se desse tempo tão difícil que viveu e ainda vive. O Papa quer chamar os jovens para serem os protagonistas dessa transformação e serem aqueles que ajudam a Humanidade a levantar-se”, afirmou.
Declarações no Estoril, em Cascais, onde esta tarde se juntou-se parte dos 32 mil voluntários portugueses e estrangeiros que vão trabalhar na JMJ.