Pedro Nuno Santos admitiu uma “falha relevante” na comunicação com o primeiro-ministro, devido à publicação do despacho (entretanto revogado) relativo à solução aeroportuária para Lisboa. E não se demitiu. Por sua vez, António Costa veio dizer que foi cometido “um erro grave”, mas que foi “prontamente corrigido”. Ou seja, fica tudo igual, não há mudanças no Governo. Pelo menos, para já.
Em declarações à Renascença esta quinta-feira, André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, defende que com a continuação de Pedro Nuno Santos “o Governo fica fragilizado" assim como "a própria autoridade do primeiro-ministro também”.
O especialista descreve o pedido de desculpas de Pedro Nuno Santos como “uma tentativa de minimizar o impacto do episódio” e diz ter “sérias dúvidas que possa ser um esforço bem-sucedido”.
“Vejo francamente muito pouco espaço de manobra para que Pedro Nuno Santos, mesmo feito este exercício, que foi uma espécie de autocrítica maoista, um ato de contrição público, tenha margem para continuar no Governo”, afirma.
Para André Azevedo Alves, é preciso esperar ainda pela reação de Marcelo Rebelo de Sousa ao sucedido, tendo em conta que o Presidente da República foi um dos mencionados no comunicado de António Costa.
“Se Marcelo ficar silencioso em relação ao que se passou também será um pouco estranho, afirma.