A greve dos enfermeiros, que cumpre esta terça-feira o segundo dia, vai obrigar ao adiamento de mil cirurgias nos hospitais de Santa Maria e S. José, em Lisboa, e no São João, no Porto, disse à agência Lusa uma fonte sindical.
“Nestes cinco dias [de greve] 1.000 cirurgias vão ser adiadas” nestes três hospitais, porque “os blocos cirúrgicos normais estão parados”, adiantou José Correia Azevedo, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), que convocou a paralisação.
Sobre a adesão à greve no turno da noite, o dirigente sindical disse que se “mantém nos níveis” de segunda-feira, oscilando entre os 83 e os 96%.
José Correia Azevedo referiu que não são esperadas grandes oscilações nos próximos três dias, porque “as equipas, quando recebem o pré-aviso, começam a fazer o plano de trabalho, que neste momento já está feito para os cinco dias”.
Sobre o impacto que a paralisação está a ter nas consultas e nas cirurgias de urgência, o sindicalista disse que estão assegurados os serviços mínimos para “evitar situações de não retorno”.
“Nos cuidados primários mantemos o apoio àqueles doentes que estão dependentes e não têm recursos perto, não vamos deixar que se desloquem aos hospitais”, afirmou.
Explicou ainda que tudo o que diz respeito “a pensos, injetáveis, administração terapêutica” que são “absolutamente essenciais”, o serviço está garantido.
Relativamente às consultas hospitalares, José Correia Azevedo disse que as que são asseguradas por médicos estão a funcionar normalmente, as que têm o apoio da enfermagem “estão paradas”.
Esta greve dos enfermeiros, marcada pela FENSE, que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), visa exigir a conclusão da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho entregue pelos sindicatos em 16 de agosto de 2016.
Os enfermeiros pretendem igualmente que seja criada uma carreira especial de enfermagem que integre a categoria de enfermeiro especialista.
Reclamam também o descongelamento da carreira, lembrando que o Estado deve aos Enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões, e a revisão das tabelas remuneratórias.