João Ferreira candidato de Abril e não a “percentagens eleitorais”
17-09-2020 - 19:48
 • Lusa

O comunista apresenta-se como o candidato “da convergência”, contra a resignação e o medo.

O eurodeputado João Ferreira apresentou esta quinta-feira a sua candidatura a Presidente da República pelo PCP em nome dos “valores de Abril” como um “espaço de convergência” e recusou fixar metas ou percentagens para as eleições.

“Sou candidato a Presidente da República, não sou candidato a percentagens eleitorais”, afirmou o deputado ao Parlamento Europeu que o PCP apresentou e apoia às presidenciais de 2021, questionado pelos jornalistas sobre qual a meta a atingir ou se consideraria uma derrota ficar atrás de André Ventura, o pré-candidato mais à direita.

João Ferreira, que é também vereador da Câmara de Lisboa, eleito pela CDU, afirmou-se como um candidato “da convergência”, contra a resignação e o medo.

A apresentação da candidatura comunista aconteceu na Voz do Operário, em Lisboa, perante cerca de duas centenas de simpatizantes, militantes e dirigentes, entre eles dois ex-candidatos presidenciais que chegaram à liderança do partido, Carlos Carvalhas e Jerónimo de Sousa, o atual secretário-geral.

Marcelo e as suas “diversões mediáticas”

Durante o seu discurso, João Ferreira acusou ainda Marcelo Rebelo de Sousa de querer “rearrumar” as forças de direita em Portugal e de ter tido um mandato em Belém com “diversões mediáticas”.

O eurodeputado comunista acusou o atual Presidente da República de estar “empenhado numa rearrumação das forças políticas, assente num branqueamento da política de direita”, a favor do “bloco central”, argumento já usado várias vezes pelo PCP nas últimas semanas.

Pela sua parte, e por oposição a Marcelo, João Ferreira prometeu defender e estar “comprometido com os interesses do povo e não com os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros”.

“Não há diversões mediáticas que iludam as escolhas feitas, neste domínio, pelo atual Presidente”, afirmou.

E apontou de novo a Rebelo de Sousa para o acusa de, “demasiadas vezes, ter demonstrado uma ausência, uma indiferença, uma insensibilidade perante os problemas dos trabalhadores”, dando como exemplo o tempo que trabalhadoras despedidas de uma multinacional esperaram para serem recebidas pelo chefe do Estado.

[Notícia atualizada às 20h22]