O Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023) traz ganhos para todos os escalões de IRS que se traduzem em poupanças no final do ano.
No entanto, se todos ganham, há quem vá beneficiar menos do que outros.
É isso que se pode constatar no gráfico apresentado, na tarde desta segunda-feira, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina intitulado de "As três alterações no IRS de 2023 geram ganhos importantes."
Aí constatamos que para quem ganha menos de mil euros os ganhos são maiores do que no passado. O mesmo acontece nos rendimentos superiores a três mil euros brutos, se tivermos por base de comparação esta revisão dos escalões de IRS e as que se verificaram em 2018 e 2022.
O mesmo já não se pode dizer dos rendimentos brutos entre os 1.000 e os 3.000 euros, a única fatia da distribuição de rendimentos que fica aquém do que ganhou no passado com as mudanças de escalões de IRS.
"Relativamente às poupanças de 2022 para 2023, e considerando o mesmo tipo de rendimento verificamos é que as poupanças são transversais a todos os níveis de rendimento, com maior incidência nos ní0veis de rendimento mais baixos até mil euros, e vão progressivamente aumentando abrangendo os escalões de rendimento mais elevados", afirma à Renascença, a fiscalista da EY, especialista em IRS, Anabela Silva.
A mesma fiscalista diz que "quando comparamos com revisões de anos anteriores, é que as poupanças, nomeadamente em 2022 e 2018, incidiram mais sobre os rendimentos entre os 1.000 e os 3.000 euros, os rendimentos da classe média".
Isso, na ótica desta especialistra em IRS, jutifica o porquê de o Governo falar de reformas do IRS que são "complementares".
Ainda assim, Anabela Silva diz ser inegável que "os ganhos se distribuem de forma diferente nos ganhos de 2022 para 2023, do que nas revisões anteriores", em que o foco foi a classe de rendimentos entre os 1.000 e os 3.000 mil euros.
Alguns exemplos da variação anual:
Consulte aqui todas as simulações* feitas pela consultora EY.
* As simulações da EY tem por base os seguintes pressupostos:
- Assumindo que não existe atualização do rendimento bruto de 2022 para 2023;
- Assumindo que se verificará uma atualização de 5,1% do rendimento bruto de 2022 para 2023 (em linha com a atualização dos escalões de IRS); e
- Assumindo que se verificará uma atualização de 7,8% do rendimento bruto de 2022 para 2023 (em linha com a taxa de inflação prevista pelo Banco de Portugal para 2022).