O nome é sugestivo. “FARRA” são as iniciais de Festa de Arte em Rede da Região do Alentejo, o evento que leva a Elvas 30 exposições de arte contemporânea de 28 de junho a 25 de agosto. A entrada é livre.
O embrião da FARRA nasceu aquando das celebrações dos 15 anos do MACE – o Museu de Arte Contemporânea de Elvas que alberga a coleção privada de António Cachola. Agora alargou o seu âmbito, quer gerar novos públicos para a criação contemporânea portuguesa num território de baixa densidade.
Ana Cristina Cachola, diretora da FARRA aponta ao programa Ensaio Geral, da Renascença que convocaram “vários agentes de arte contemporânea”. “Temos presentes as melhores coleções privadas portuguesas em Elvas. Temos artistas que fizeram residências de modo a promover a criação artística, e também apresentar o trabalho que fizeram nessas residências”.
A FARRA que nasce a partir do MACE conta com uma série de parcerias. Desde logo com a Appleton - Associação Cultural, o Centro de Arte Oliva e o Córtex Frontal. Mas tem também a participação de 14 coleções, incluindo a Coleção de Arte Contemporânea do Estado, 13 entidades sem fins lucrativos e dois museus.
Segundo Ana Cristina Cachola estas “ligações” entre o MACE e as diversas instituições que colaboram na FARRA fazem “parte do campo de afetos, parcerias e de proximidade” que o museu de Elvas tem vindo a promover
A diretora do evento explica que têm o intuito de “democratizar” a arte, mas Ana Cristina Cachola vai mais longe ao acrescentar que este é um festival onde apostam na acessibilidade. “Essa acessibilidade é feita da forma mais direta possível. Durante os dois meses da FARRA, o acesso a todas as atividades, a todas as exposições, é gratuito”, indica.
Questionada sobre o que o público vai poder ver, Ana Cristina Cachola admite que é difícil dar exemplos, porque implicam escolher só alguns, mas ainda assim arrisca: “Vão poder ver, por exemplo, no Forte da Graça, Património da Humanidade, peças de artistas como Luísa Cunha, Carla Filipe, Joana Vasconcelos porque também fazemos aqui um cruzamento muito grande entre património e arte contemporânea”.
Cachola acrescenta outros exemplos: “No Forte Santa Luzia poderão ver Helena Almeida. Quanto à Coleção António Cachola, este ano quis oferecer a sua casa, o Museu de Arte Contemporânea de Elvas, à Coleção de Arte Contemporânea do Estado, com muitos nomes de artistas jovens e também históricos”.
Outra das apostas passa por residências de artistas. O Farra convidou, por exemplo, a artista “Isabel Cordovil, que tem 30 anos para fazer uma instalação numa grande cisterna da cidade que usualmente está fechada”, indica a responsável do festival.
[notícia corrigida - A FARRA começa a 28 de junho e não de julho]