Hospitais privados reiteram disponibilidade para responder à pandemia
27-10-2020 - 22:21
 • Lusa

Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) defende um maior envolvimento dos setores público e privado na prestação de cuidados em tempo de pandemia. Óscar Gaspar constata, no entanto, uma "relação institucional inexistente" entre a tutela e os privados.

O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, reiterou, esta terça-feira, a disponibilidade dos hospitais privados para dar resposta à pandemia da Covid-19 e a outras doenças, realçando a "relação inexistente" com o Governo.

Óscar Gaspar falava aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que está a auscultar o setor da saúde face ao agravamento da pandemia no país.

O dirigente da APHP disse "reiterar a disponibilidade" dos hospitais privados na "resposta aos problemas da Covid-19" e às restantes "necessidades de saúde", defendendo que "os portugueses precisam de uma resposta mais ampla", envolvendo os setores público e privado, e que essa "colaboração era eficaz".

Segundo Óscar Gaspar, o plano apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para o outono-inverno apresenta "falhas", uma vez que dá "ênfase ao setor público".

O presidente da APHP assinalou que, em agosto e setembro, os hospitais privados, aos quais as pessoas "estão a recorrer mais", conseguiram "dar resposta" aos doentes não-covid-19 e "aliviar o Serviço Nacional de Saúde" (SNS).

Óscar Gaspar lamentou a "relação institucional inexistente" entre a tutela e o setor privado e que só no final da semana passada tenha havido "alguns contactos" das administrações regionais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte para aferir a capacidade de resposta dos hospitais privados para a nova fase da pandemia de Covid-19, que, a seu ver, exigia "planeamento e organização" atempados.

O líder da APHP lastimou também que, depois de abril, os hospitais privados tenham deixado de estar envolvidos na resposta à pandemia, com as autoridades de saúde a considerarem que o SNS "era autossuficiente".

Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que os doentes não-Covid-19 que vejam consultas, exames ou cirurgias no SNS serem desmarcados face ao agravamento da pandemia serão encaminhados para os setores privado e social.