O primeiro-ministro, António Costa, repete que a aplicação de sanções a Portugal por incumprimento de metas orçamentais seria "imoral e totalmente fora de tempo" e reiterou que, em 2016, o défice ficará "claramente" abaixo dos 3%.
O chefe do executivo lembrou que a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) "sempre" apontaram o Governo PSD/CDS como "aluno exemplar e modelo", por aplicar a "cartilha da `troika´" com total respeito e cumprimento, questionando qual "a moralidade" dessas instituições para virem agora aplicar sanções".
"As instituições europeias que executaram o programa de ajustamento com o Governo português, que passaram o tempo a dizer que o Governo português tinha cumprido todos os problemas, que eram mesmo os alunos exemplares da execução, quando finalmente chegam ao fim do programa e constatam que, afinal, em 2015, esse excepcional governo excedeu em 0,2% os limites do défice, então agora é que vêm aplicar sanções", disse no encerramento da conferência "Relançar a Europa -- da austeridade ao crescimento", promovida pelo Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (S&D), no Porto.
António Costa realçou que as sanções seriam "totalmente fora do tempo" porque não se trata da execução orçamental deste ano, mas do resultado da execução orçamental entre 2013 e 2015.
E acrescentou: "tudo o que fizermos hoje já não corrigimos a execução orçamental de 2015, mal ou boa está feita, nada há agora para corrigir, o que há a fazer é executar com rigor, determinação e firmeza o orçamento para 2016".
Para o primeiro-ministro, se tudo continuar a correr em linha como tem corrido até agora, e se não houver perturbações dos mercados que venham a dificultar a execução do orçamento, Portugal chegará ao final deste ano com um défice que será não só o mais baixo dos últimos 42 anos, como será ainda abaixo das previsões que a Comissão Europeia faz para Portugal e isso significa uma "grande vitória de execução orçamental".