O Chega quer explicações de António Costa sobre a comissão parlamentar de inquérito à gestão na TAP sobre o parecer que fundamenta o despedimento da ex-CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener.
Em conferência de imprensa na sede do partido, André Ventura avançou que o Chega vai manter o requerimento para que “todos os documentos sejam entregues”, apelando a que o primeiro-ministro mostre “se mantém a confiança política nos seus ministros, que parecem contradizer-se todos os dias”.
“Vamos pedir que António Costa seja ouvido por escrito, conforme está regimentalmente previsto, sobre esta matéria e voltamos a apelar a que o primeiro-ministro confirme ou não a existência de documentação jurídica sobre a TAP, relativamente ao despedimento de vários dos seus gestores e gestoras”, afirmou.
O líder do Chega indicou que Costa teve, na entrevista que deu à RTP no domingo à noite, uma oportunidade de se explicar sobre “todas as trapalhadas a que se vinha a assistir na TAP de forma sucessiva”, mas que “optou por não o fazer”.
Ventura pediu ainda a Marcelo Rebelo de Sousa que intervenha, "para que o Governo não sinta as mãos livres para fazer o que bem entender nesta matéria".
Na quarta-feira, o Governo indicou que não iria enviar à comissão de inquérito da TAP os pareceres jurídicos que justificam a demissão da antiga presidente executiva da empresa, referindo a necessidade de “salvaguarda do interesse público”.
No mesmo dia, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, indicou mesmo que a sua divulgação “envolve riscos na defesa jurídica da posição do Estado” mas, no dia seguinte, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou em audição parlamentar que não há "nenhum parecer adicional" a fundamentar as demissões na TAP além do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) disponibilizado na altura.
Chega apresenta moção de rejeição ao Programa de Estabilidade
Ventura aproveitou ainda a conferência de imprensa para criticar o Programa de Estabilidade 2023-2027, que será apresentado no Parlamento esta quarta-feira, por Fernando Medina.
O líder do Chega indica que, apesar do bom fundo, o programa peca por “não ir ao encontro das dificuldades dos portugueses”.
“É um programa de estabilidade que procura reduzir a dívida pública, garantir contas saudáveis do Estado mas falha no dever fundamental de ir ao encontro das dificuldades que os portugueses estão a sentir ao dia de hoje”, afirmou Ventura.