O presidente dos Estados Unidos Joe Biden revelou, na madrugada deste sábado, que vai enviar tropas norte-americanas para o Leste europeu, na sequência das tensões vividas em território ucraniano.
Já no início da semana, o Pentágono colocou cerca de 8.500 soldados norte-americanos prontos a partir para a Europa, com o objetivo de aumentar as forças militares face à aproximação da Rússia perto da fronteira com a Ucrânia.
Apesar disso, o chefe de Estado norte-americano garante que os novos militares a viajar até à região "não serão muitos".
A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca declarou que Biden avisou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, que "há uma possibilidade concreta de que os russos possam invadir a Ucrânia, em fevereiro".
Já esta manhã, a Rússia anunciou a conclusão de exercícios no distrito militar oeste (DMO), que inclui áreas de fronteira com a Ucrânia, Bielorrússia, países Bálticos e Finlândia, e o retorno das unidades aos seus quartéis.
A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo.
A guerra no Donbass já provocou cerca de 14.000 mortos e 1,5 milhões de desalojados, segundo a ONU.
As autoridades de Moscovo recusam-se a falar com o Governo de Kiev sobre o conflito, alegando que a Rússia não está envolvida, e defendem que os ucranianos devem antes discutir a questão com os líderes separatistas de Donetsk e Lugansk.
Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019. Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.