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As ondas gravitacionais, que Einstein teorizou e que foram agora detectadas pela primeira vez, são “uma forçazinha” que percorre o Universo, explica o astrofísico português Vítor Cardoso.
Em declarações à Renascença, o professor do Centro Multidisciplinar de Astrofísica do Instituto Superior Técnico explica o que são afinal as ondas gravitacionais que os cientistas agora apresentaram ao mundo.
“Essas ondas gravitacionais parecem uma coisa muito estranha, mas são forças que viajam à velocidade da luz”, diz Vítor Cardoso.
O astrofísico dá um exemplo prático: “A teoria prevê que, se eu abanar a minha mão, vai haver uma onda gravitacional que vai ser emitida. E isso faz com que um objecto qualquer, a um quilómetro daqui, vai sentir uma variação de força muito pequena. Vai sentir uma forçazinha a oscilar”.
O professor do Centro Multidisciplinar de Astrofísica do Instituto Superior Técnico não tem dúvidas de que esta é uma das descobertas do século, logo a seguir à formação da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein.
“Nós pensávamos que já sabíamos isso tudo, o problema é que nunca tínhamos visto cá na Terra estas ondas. O caso das ondas gravitacionais é especial, porque o Einstein previu essas ondas há cem anos, estamos há cem anos à procura delas e só hoje é que as encontrámos”, sublinha Vítor Cardoso, que no ano passado recebeu uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação para estudar as equações de Einstein.
Cem anos depois, a notícia de que Albert Einstein tinha razão foi anunciada esta quinta-feira, por investigadores de dois Institutos norte-americanos.
As ondas gravitacionais existem mesmo. Resultam da colisão de dois buracos negros, localizados a 1.3 mil milhões de anos-luz da Terra.
Foram detectadas pela primeira vez em Setembro do ano passado e apresentadas ao mundo esta quinta-feira.