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O primeiro-ministro prepara os portugueses para um confinamento “muito próximo” ao de março e abril já a partir do final desta semana, que será tratado na "máxima velocidade" institucional.. António Costa defende que tomar medidas mais cedo teria sido pior.
Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o homólogo grego, Kyriákos Mitsotákis, o chefe do Governo português defende o timing da decisão, que acontecerá após a reunião de terça-feira, com os especialistas, no Infarmed.
“Se tivéssemos feito mais cedo teríamos feito pior, porque teríamos feito com base em informação insuficiente. As medidas devem ser sempre ajustadas à realidade efetiva”, defende António Costa.
"Hoje é um dia bastante mais baixo [5.604 casos], mas é segunda-feira e há menos testes. Na reunião de amanhã no Infarmed com especialistas, com acerto dos números que hoje não temos, poderemos ter uma visão mais consolidada da situação", argumenta.
O primeiro-ministro refere que, há uma semana, havia cerca de 4 mil casos diários de Covid-19, e agora a média ronda as 10 mil infeções diárias.
Sem avançar pormenores sobre o novo confinamento que entrará em vigor no final desta semana, o primeiro-ministro reforça que será semelhante ao de março e abril, com ajustamentos à nova realidade e conhecimentos.
“Desde o último conselho de ministros tenho vindo a deixar muito claro que aquilo que será decretado será algo muito próximo do que tivemos no primeiro confinamento logo em março e abril, de forma a que as pessoas se possam ir preparando para a adoção dessas medidas.”
Negociações com privados na saúde
António Costa admite que o calendário de tomada de decisão para um novo confinamento geral é "institucionalmente complexo" e vai acontecer em contrarrelógio, "na máxima velocidade".
"Terça-feira de manhã reunião no Infarmed, à tarde o Presidente da República ouve os partidos, amanhã está previsto que envie ao Governo o projeto de decreto presidencial, ainda amanhã faremos conselho de ministros extraordinário para dar o parecer sobre o projeto de decreto do senhor Presidente da República, na quarta-feira de manhã o Parlamento irá reunir e o conselho de ministros reunirá entre quarta-feira de manhã e quarta-feira à tarde para podermos aprovar o decreto de regulamentação do Presidente."
O atual estado de emergência vigora entre 8 e 15 de janeiro, a próxima sexta-feira.
Em relação ao reforço dos hospitais para enfrentar este novo pico de casos de Covid-19, António Costa afirma que o trabalho com os privados de saúde tem sido excelente, exemplo disso tem sido a capacidade de testagem, e que há negociações em curso.
“Temos já vários convénios assinados, sobretudo na região Norte e Centro, que têm estado a ser utilizados e há negociações em curso relativamente à utilização de nova capacidade privada no setor hospitalar na região de Lisboa e Vale do Tejo”, sublinha o primeiro-ministro.
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta segunda-feira avançar com "outros mecanismos", como a requisição civil, para garantir apoio aos hospitais públicos, sobretudo na região de Lisboa, onde tem havido mais dificuldades em conseguir acordos com outros setores.
Portugal regista esta segunda-feira 122 mortos por Covid-19, um novo máximo desde o início da pandemia, indica o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O número de internados também continua em trajetória ascendente, aproximando-se dos quatro mil. Há, neste momento, 3.983 pessoas internadas em unidades de saúde (mais 213 do que ontem), dos quais 567 en cuidados intensivos (mais nove do que ontem).