Os níveis de confiança são sistematicamente mais elevados entre os consumidores com rendimentos mais elevados, com maior nível de escolaridade, do sexo masculino e mais jovens, conclui um inquérito divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira.
De acordo com a análise sociodemográfica feita pelo INE ao inquérito qualitativo mensal aos consumidores, “o indicador de confiança dos consumidores pertencentes ao quartil de rendimentos mais elevado (4.º quartil) é sistematicamente superior ao dos restantes quartis, em resultado de apreciações mais favoráveis da evolução passada e futura da situação financeira do seu agregado familiar, assim como da realização futura de compras importantes”.
Segundo salienta o instituto estatístico, este comportamento é “mais nítido fora dos períodos de crise, ou seja até 2008, e entre 2014 e 2019”.
Já numa análise por nível de escolaridade, verifica-se que “os respondentes com o ensino superior completo” apresentam também níveis de confiança sistematicamente superiores, “o que poderá ser explicado pela elevada correlação entre esta variável e o escalão de rendimento dos respondentes”.
Por sua vez, numa desagregação por género, o INE nota que “o indicador de confiança dos respondentes de género masculino apresenta sistematicamente um nível mais elevado em comparação com o indicador apurado para respondentes do género feminino”.
Esta situação verifica-se “em todas as questões que compõem o indicador, de forma menos visível na questão relativa à realização futura de compras importantes”, detalha.
Por outro lado, e tendo em conta o escalão etário dos respondentes, observa-se que “são os mais novos, com idade entre 16 e 29 anos, que registam um indicador de confiança superior aos restantes escalões”, ocorrendo também esta situação “em todas as questões do indicador, exceto na questão relativa à realização futura de compras importantes”.
A análise sociodemográfica feita pelo INE ao inquérito qualitativo mensal aos consumidores abrange o período de outubro de 2003 a abril de 2023, dando enfoque ao indicador de confiança e às questões que o compõem: opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar; perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país; perspetivas sobre a realização futura de compras importantes por parte das famílias; e perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar.
De acordo com o instituto, de entre as questões que compõem o indicador de confiança, na única que não incide na situação do respondente, mas sim sobre a evolução futura da situação económica do país, “as respostas por diferentes categorias são geralmente bastante semelhantes, notando-se apenas um maior otimismo dos respondentes mais novos e dos respondentes do género masculino”.