O primeiro-ministro belga, Charles Michel, confirmou este sábado que um dos detidos num bairro de Bruxelas tinha estado em Paris, na sexta-feira à noite, altura em que se deram os ataques terroristas.
A informação foi inicialmente avançada pela RTL-TVI, citando um procurador, segundo a qual o detido tinha sido controlado na fronteira franco-belga.
No bairro Molenbeek de Bruxelas foram feitas várias detenções, segundo o ministro belga da Justiça, Koen Geens, que citou os testemunhos sobre a presença de um carro de matrícula belga, nas imediações da sala Bataclan, de Paris, e admitiu que se possa tratar de uma viatura alugada na Bélgica.
Geens não conseguiu confirmar a presença de uma segunda viatura com matrícula belga ou se os terroristas são naturais do país.
“A identificação dos atacantes é muito difícil”, comentou.
Na televisão pública RTBF, o ministro precisou que um homem que conduzia um carro cinzento, avistado perto da casa de espectáculos Bataclan, na capital francesa, foi detido no bairro, enquanto um outro automóvel com matrícula belga, procurado também no âmbito dos ataques, foi encontrado perto do cemitério Père-Lachaise, em Paris.
O autarca de Molenbeek, François Schepmans, por seu lado, informou sobre a detenção de duas pessoas e a apreensão de uma viatura.
Vários meios de comunicação franceses noticiaram terem sido realizadas três detenções e que um francês, natural de Courcouronnes, pode estar nesse grupo.
O Governo belga decidiu introduzir controlos fronteiriços com a França, nas estradas, aeroportos e estações ferroviárias, enquanto a câmara Municipal de Bruxelas divulgou que haverá maior vigilância, por tempo indeterminado, em eventos de grande público, como concertos e jogos de futebol.
O centro de crise do ministério belga do Interior decidiu não alterar o nível de alerta terrorista no país, com base na análise da autoridade responsável por avaliar os riscos, na sequência dos ataques terroristas na capital francesa.
Um minuto de silêncio foi observado pelas 18h locais (17h de Lisboa), na Grande Praça de Bruxelas.
O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico reivindicou este sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais um português, e 352 feridos, 99 em estado grave.
Oito terroristas, sete deles suicidas, que usaram cintos com explosivos para levar a cabo os atentados, morreram, segundo fontes policiais francesas.
Os ataques ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espectáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.