O acesso à Internet está a ser restabelecido em Gaza, depois de ter sido cortado na sexta-feira devido os intensos bombardeamentos israelitas, disse hoje a plataforma Netblocks.
"Dados de rede em tempo real mostram que a ligação à Internet está a ser restabelecida na Faixa de Gaza", disse na rede social X (antigo Twitter) a Netblocks, que monitoriza a conectividade dos utilizadores e a censura na Internet.
Um colaborador da agência de notícias France-Presse na Cidade de Gaza confirmou que conseguia aceder à Internet e à rede móvel, assim como contactar pessoas no sul do enclave palestiniano.
A empresa palestiniana de telecomunicações Paltel, a única operadora que presta serviço em Gaza, confirmou na sexta-feira o "corte completo" dos serviços de comunicações, telemóvel e internet, devido aos intensos bombardeamentos.
O corte poderia "servir para ocultar atrocidades em massa" na Faixa de Gaza, sujeita a uma iminente invasão terrestre israelita, alertaram no sábado dois grupos de defesa dos direitos humanos.
Num comunicado, uma responsável da organização não governamental (ONG) Human Rights Watch, Deborah Brown disse que "este apagão de informação" poderia "servir para ocultar atrocidades em massa e contribuir para a impunidade das violações dos direitos humanos".
Também a Amnistia Internacional avisou que seria "ainda mais difícil obter informações e provas essenciais sobre as violações dos direitos humanos e crimes de guerra cometidos contra civis palestinianos em Gaza, e ouvir diretamente aqueles que sofrem essas violações".
O primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayé, denunciou na sexta-feira o corte total da internet na Faixa de Gaza como uma tentativa de Israel para "obscurecer" o que se passa no enclave palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos manifestou a sua preocupação com a segurança dos jornalistas que trabalham na Faixa de Gaza, após os cortes.
O Crescente Vermelho palestiniano alertou na sexta-feira que perdeu completamente o contacto com a sala de operações em Gaza e todas as suas equipas que aí se encontram.