O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que "tem de haver uma investigação que apure tudo", pois o roubo em Tancos é uma situação grave que "tem de ser investigada até ao fim".
"É importante que se investigue para prevenir o futuro. Não podemos, em matéria de furto de material militar, ter furtos desta dimensão. Há que prevenir para que não volte a acontecer", referiu o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda casos similares que aconteceram noutros países da NATO.
"É preciso investigar se há alguma ligação entre este furto e furtos que têm acontecido nos últimos dois anos em países membros da NATO", salientou Marcelo no Hospital de Sant'ana, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
No futuro, sobre a possibilidade de tomar "medidas cautelares" durante a investigação, Marcelo acrescenta que "então elas devem ser tomadas”.
O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, demitiu cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos. "Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", anunciou o general Rovisco Duarte, em declarações à RTP.
Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reacção Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.
Entre o material furtado em Tancos estão explosivos, granadas foguete anticarro e gás lacrimogénio. Os militares confirmam que o sistema de videovigilância "encontra-se inoperacional”.
Entretanto, o Exército confirmou no sábado à noite que foi reforçada a segurança em Tancos e vão ser inspeccionados os paióis.
O ministro da Defesa assumiu este sábado a "responsabilidade política" pelo roubo em Tancos, depois de os partidos políticos terem criticado o sucedido, com o CDS a exigir a audição parlamentar de Azeredo Lopes e o PSD a pedir também para ser ouvido o general Rovisco Duarte.