A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) considera que faz sentido o financiamento do SNS passar a ter em conta o risco clínico das populações, mas defende que a medida, por si só, não chega.
O presidente da ANMSP, Gustavo Tato Borges, defendeu esta segunda-feira que a medida deve ser acompanhada de outras formas de financiamento. O responsável reconhece que “é um passo em frente, interessante, mas tem de ser muito bem agilizado com outras formas de financiamento”.
“É importante que seja um modelo alargado ao que é o plano local de saúde”, acrescenta Gustavo Tato Borges.
O médico concorda que as populações com “maior carga de determinado fator de risco” precisam de um financiamento maior, mas alerta que “isso não pode ser o único fator”.
“Muitas vezes há alteração, há surpresas, há acidentes que acontecem, e mesmo as necessidades técnicas de saúde das populações podem ser diferentes em populações com a mesma carga de risco ou doenças”, justifica.
O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre explicou esta manhã, em entrevista ao jornal Público, que, a partir de janeiro, a verba a atribuir às Unidades Locais de Saúde vai depender de estas estarem localizadas em zonas de população saudável, de doentes crónicos ou de casos de saúde complexos.
A proposta deverá ser apresentada pelo Governo na próxima reunião com os sindicatos.