Depois da vitória de Lula da Silva e da derrota de Jair Bolsonaro nas presidenciais brasileiras, camionistas começaram a cortar estradas em pelo menos 11 estados e no distrito federal da capital Brasília para contestar o resultado eleitoral.
Segundo um balanço da Polícia Rodoviária Federal do Brasil, foram registados 70 bloqueios em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Rondónia, Pará e Goiás.
Em alguns casos, divulgados através de vídeos nas redes sociais, camionistas usaram os próprios camiões de cargas para bloquear as vias.
Uma das estradas bloqueadas foi a Via Dutra, a principal ligação rodoviária entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
O deputado federal que representa a categoria de camionistas, Nereu Crispim, do Partido Social Democrático, já veio reconhecer a vitória de Lula da Silva nas presidenciais, esclarecendo que não existe qualquer manifestação organizada.
A concessionária Rota do Oeste indicou que um veículo foi incendiado em Cuiabá, com os alertas a terem sido acionados pela primeira vez às 18h50 locais (22h50 em Lisboa), ou seja, seis minutos depois de Lula ter ultrapassado Bolsonaro na contagem dos votos.
Segundo a UOL, um dos alegados líderes da manifestação indicou que os camionistas só sairão das ruas quando o Exército tomar o poder no Brasil.
“Eu estou com as lideranças do Brasil inteiro. Travou o Brasil. Travou. Não podemos libertar [as estradas]. [Damos] 72 horas para o Exército tomar conta. Não existe político nenhum que vá chegar perto de nós e dizer: 'vocês não podem pedir intervenção militar ou qualquer coisa'. Nós só saímos das ruas na hora em que o Exército tomar o país”, indica a gravação a que o site brasileiro teve acesso.
Durante a madrugada, a deputada federal Carla Zambelli, uma das aliadas mais próximas ao presidente Jair Bolsonaro, felicitou os motoristas pela ação nas estradas. “Parabéns, camionistas. Permaneçam, não esmoreçam”, escreveu.