O primeiro-ministro antecipou hoje que o investimento na área da Defesa pode ultrapassar o compromisso assumido com a NATO e chegar a 1,89% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, se Portugal conseguir mobilizar os necessários fundos europeus.
"Estamos neste momento, segundo o relatório da NATO, em 1,55% e assumimos o compromisso, se conseguíssemos mobilizar os necessários fundos europeus, chegarmos a 1,89% em 2024, e temos vindo a fazer essa trajetória ano após ano", disse António Costa, em resposta ao líder do Chega, André Ventura, durante o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2022.
Ventura perguntou se o Governo vai aumentar as verbas destinadas à defesa, como pediu o Presidente da República no discurso no 25 de Abril, tendo António Costa respondido que Portugal é dos países que mais está a investir.
André Ventura considerou que o Governo "ouviu um puxão de orelhas" do Presidente da República, que "disse que os gastos da defesa eram para ser levados a sério".
E questionou se "vai ou não o PS na especialidade aumentar os valores previstos para a defesa", defendendo que "é preciso mesmo honrar as Forças Armadas, a Defesa Nacional e o sistema de Defesa Nacional".
Na resposta, António Costa salientou que em 2018 assinou "o compromisso junto da NATO da evolução da despesa em percentagem do PIB para a Defesa Nacional", fixando o objetivo de evoluir "autonomamente" até 1,69% até 2024, admitindo depois que esse valor poderá subir para 1,89%, em 2024, se Portugal conseguir mobilizar os fundos europeus necessários.
O primeiro-ministro salientou também que "com exceção da Grécia, da França e da generalidade dos países de leste, Portugal é dos países da União Europeia daqueles que mais já estão neste momento a investir em matéria de defesa em percentagem do seu PIB".
António Costa referiu que o investimento português em percentagem do PIB "é superior ao da Itália, da Alemanha, da Holanda, da Dinamarca, da República Checa, da Eslovénia, da Bélgica e da Espanha".
"E vamos continuar a aumentar o peso do investimento em defesa no PIB para melhorar a capacidade das nossas Forças Armadas, para mobilizar o nosso sistema científico e tecnológico e para mobilizar e fortalecer as nossas indústrias na área da defesa. Esse é um percurso que vamos prosseguir e vamos continuar a aumentar, e este ano também aumenta o investimento em defesa", salientou.