A diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Cristina Gatões demitiu-se do cargo.
"A Diretora Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Cristina Isabel Gatões Batista, cessa funções a seu pedido e com efeitos imediatos", lê-se no comunicado enviado pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
Nesta nota, o MAI lembra que o programa do Governo prevê "uma separação orgânica muito clara entre as funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes" e que, neste âmbito, o SEF será reestruturado.
O comunicado adianta que esta reestruturação "deverá estar concretizada durante o primeiro semestre de 2021" e será coordenada "pelos diretores Nacionais Adjuntos José Luís do Rosário Barão – que assume a função de diretor em regime de suplência – e Fernando Parreiral da Silva".
A saída acontece depois dos desenvolvimentos do caso Ihor Homenyuk, um cidadão ucraniano que morreu à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A 10 de março, o operário tentou entrar sem visto de trabalho e acabou detido no Centro de Instalação Temporária, do aeroporto de Lisboa.
Dois dias depois, estava morto. O Ministério Público acusa três funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de homicídio qualificado.
Houve “uma situação de tortura evidente”, admite a diretora do SEF, que demitiu o diretor e o subdiretor de Fronteiras do aeroporto.
A IGAI instaurou oito processos disciplinares a elementos do SEF e implicou 12 inspetores na morte de Ihor Homenyuk.