O Governo aprovou esta quinta-feira a estratégia nacional para o hidrogénio, que prevê investimentos de 7.000 milhões de euros “no horizonte 2030”, levando a uma redução da importação de gás natural de 300 a 600 milhões de euros.
A estratégia para o hidrogénio foi aprovada em Conselho de Ministros, que aprovou ainda o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, além de outros diplomas sobre a floresta, entre decretos-lei e resoluções, e o modelo de governação para a execução do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT).
No dia em que foi ainda aprovado o Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC), cuja primeira versão foi apresentada no final do ano passado, o Governo aprovou para consulta pública a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), com o objetivo de “introduzir um elemento de incentivo e estabilidade para o setor energético”, segundo o comunicado do Conselho de Ministros.
Na conferência de imprensa após a reunião do Governo, o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, explicou que produzir hidrogénio faz parte da estratégia de eletrificação e redução das emissões de gases com efeito de estufa.
A EN-H2 contempla um grande projeto em Sines, que custará entre 04 a 04,5 mil milhões de euros dos 7.000 milhões, sendo o restante valor dividido por unidades mais pequenas, disse o ministro, explicando que dessa verba 85% será investimento privado.
De acordo com Matos Fernandes, “Produzir hidrogénio em Portugal pode ser muito barato”, além de que os gasodutos existentes em Portugal estão em 70% prontos para distribuir hidrogénio. Sines, disse o ministro, poderá em 2030 estar a produzir um gigawatt de energia com o hidrogénio.
Além de cumprir o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2050, a estratégia para o hidrogénio hoje aprovada dá, diz o Governo, um “um enquadramento sólido e uma visão a todos os promotores com projetos de hidrogénio em curso ou em fase inicial, permitindo consolidá-los numa estratégia mais vasta e coerente que possibilitará novas sinergias e perspetivar os necessários apoios”.
O desenvolvimento de uma indústria em torno do hidrogénio verde em Portugal “tem potencial para dinamizar um novo ecossistema económico, aliado ao enorme potencial de descarbonização”, assegura o Ministério do Ambiente e Ação Climática.
O ministro do Ambiente lembrou, na conferência de imprensa, que em 2030 se pretende que no consumo final de energia 47% provenha de fonte renovável. Nessa altura pretende-se também reduzir para 65% a dependência energética e em 35% o consumo de energia primária.
Matos Fernandes explicou ainda que o “hidrogénio verde” vai poder ser usado como fonte de energia no setor dos transportes, com a criação em paralelo de postos de abastecimento.