A festa de Natal da Comunidade Vida e Paz (CVP) registou este ano mais pessoas do que em 2022. Foram 1.720 as pessoas que passaram pela Cantina Velha, da Universidade de Lisboa, durante o último fim de semana alargado.
O número revela um aumento de cerca de 36% face ao ano passado, aumento esse que a organização já esperava tendo em conta a "atual conjuntura do país e do número de pessoas apoiadas pela comunidade durante o ano", é dito em comunicado.
A área da alimentação foi a mais procurada pelas pessoas em situação de sem-abrigo ou em condição de vulnerabilidade social, registando-se cerca de quatro mil refeições que foram distribuídas ao longo das festividades.
Durante os três dias da Festa distribuíram-se cerca de dez mil peças de roupa, realizaram-se rastreios dentários, consultas médicas, rastreios cardiovasculares e ainda foram proporcionados banhos quentes.
Este crescimento registado na 35.ª edição da Festa de Natal da CVP verifica-se num momento em que as doações diminuíram "na ordem dos 30%", facto que preocupa os responsáveis da CVP. A diretora-geral da instituição, Renata Alves, diz que esta quebra nas doações constitui “um desafio muito grande”, podendo pôr em causa a continuidade dos apoios no próximo ano e não acompanhando o crescimento dos apoiados.
"O número de pessoas que sobrevivem nas ruas da cidade de Lisboa aumentou durante este ano cerca de 25%", acrescenta, por sua vez, o presidente da instituição, Horácio Félix. "O que não acompanhou esse crescimento foram os donativos. Depois de passar o Natal, é fundamental não esquecer que, mais do que nunca, precisamos de continuar a apoiar estas pessoas", alerta.
O número de voluntários a participar nesta iniciativa também registou um aumento, com quase mil a estarem presentes na iniciativa.
A Festa de Natal da CVP deste ano contou com a presença de vários convidados entre eles o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mas também artistas como os D.A.M.A, João Só, Mónica Teotónio, António Zambujo, Fernando Pereira, Mico da Câmara Pereira, Tino de Rans e Luís Represas.