A última mudança da hora pode acontecer em março do próximo ano, se a proposta da Comissão Europeia receber luz verde dos Estados-membros, do Parlamento Europeu e do Conselho.
De acordo com o calendário agora definido por Bruxelas, os países da União Europeia têm até abril de 2019 para decidirem se optam pela hora de verão ou de inverno.
“A última mudança obrigatória para a hora de verão ocorreria no domingo, 31 de março de 2019. Em seguida, os Estados-Membros que desejassem mudar permanentemente para a hora de inverno poderiam fazer uma última mudança de horas sazonal no domingo, 27 de outubro de 2019. Após essa data, as mudanças de hora sazonais deixariam de ser possíveis”, refere a Comissão Europeia, em comunicado.
Juncker defende supressão da mudança da hora
No seu último discurso sobre o "Estado da União", o presidente da Comissão Europeia defendeu esta quarta-feira a supressão da mudança da hora, responsabilizando cada Estado-membro por escolher o horário de inverno ou de verão.
"Em maio de 2019 [data das eleições europeias], os europeus não vão aplaudir-nos se continuarmos a mudar a hora duas vezes por ano. A mudança da hora deve ser suprimida. Os Estados-membros devem decidir por si próprios se querem que os cidadãos vivam no horário de verão ou no de inverno", afirmou perante os eurodeputados, em Estrasburgo.
Em 31 de agosto, a Comissão Europeia revelou que uma maioria "muito clara" de 84% dos cidadãos europeus pronunciaram-se a favor do fim da mudança de hora na consulta pública realizada este verão.
Os resultados preliminares publicados em 31 de agosto pelo executivo comunitário - os resultados finais serão divulgados "nas próximas semanas" - revelam que os portugueses que participaram no inquérito online estão em linha com a média europeia, já que 85% também defenderam que deixe de se mudar o relógio duas vezes por ano, o que Bruxelas pretende agora implementar, com a apresentação de uma proposta legislativa.
Naquela que foi, de forma destacada, a consulta pública mais participada de sempre, com mais de 4,6 milhões de contributos oriundos de todos os Estados-membros, a maior parte das respostas veio da Alemanha, onde o assunto foi particularmente mediatizado, apontando a Comissão que a taxa de participação em percentagem da população nacional variou entre os 3,79% na Alemanha e os 0,02% no Reino Unido, tendo em Portugal participado no inquérito 0,33% da população.
Os resultados preliminares, acrescenta Bruxelas, "indicam também que mais de três quartos (76%) dos participantes consideram que a mudança de hora duas vezes por ano é uma experiência «muito negativa» ou «negativa»", e "como justificação do desejo de pôr fim a esta regras, alegam-se o impacto negativo na saúde, o aumento de acidentes de viação ou a falta de poupanças de energia".