Incêndios. CDS vê "extraordinária falta de coordenação" no terreno
21-08-2017 - 19:32

"A única coisa" que o Governo fez foi "arranjar uma porta-voz centralizada em Carnaxide", critica Assunção Cristas.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou esta segunda-feira que existe uma “extraordinária falta de coordenação operacional no terreno”, entre as várias autoridades envolvidas no combate aos incêndios, apontando que não vê “o Governo mexer”.

“O que eu ouço é uma grande falta de coordenação no terreno, não vemos o Governo a mexer e a dar indicações mais claras sobre esta matéria. Pelo contrário, manteve tudo como estava, da ministra [da Administração Interna] até tudo por aí abaixo, parece que essa não é a sua preocupação”, disse.

Falando aos jornalistas em Lisboa, à margem de uma visita inserida na campanha autárquica, Assunção Cristas, que é a candidata do CDS-PP à Câmara da capital, apontou que “a única coisa” que o Governo fez foi “arranjar uma porta-voz centralizada em Carnaxide", numa referência à adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional da Protecção Civil, Patrícia Gaspar.

“Não parece que isso esteja a resolver o problema operacional no terreno e, portanto, certamente que o senhor primeiro-ministro está a errar no foco nesta matéria”, advogou a líder centrista, acrescentando que “uma porta-voz pode coordenar a comunicação, mas não coordena operacionalmente o que se está a passar nos vários teatros de incêndios um pouco por todo o país”.

Assunção Cristas adiantou que estas informações têm sido apontadas “um pouco por todos: bombeiros, autarcas das várias regiões”.

Falando nas condições meteorológicas, a líder do CDS-PP referiu que este ano “não são piores” do que em anos anteriores, apontando uma diminuição no número de ocorrências.

“Não corresponde à verdade quando se ouve dizer que se atingiram recordes do número de ocorrências este ano, não é isso que os relatórios e os dados mostram”, sublinhou.

Assunção Cristas defendeu ainda que “depois de Pedrógão, era necessário ter visto mais alguma coisa acontecer, e isso não aconteceu”, porque “o que as populações no interior sentem e vão dando nota é de uma grande sensação de abandono”.

“Os fogos continuam a acontecer, continuam a propagar-se, fogos que não tinham razão para se tornarem tão grandes. Este ano tudo parece que alcança proporções desmesuradas”, disse aos jornalistas.