Está em vigor a operação "Páscoa em Casa", durante a qual a PSP promete estar atenta a todas as deslocações, sejam a pé ou de automóvel.
“Os principais nós rodoviários terão uma forte presença por parte da Polícia de Segurança Pública”, adianta à Renascença o subintendente Nuno Carocha.
A pé, a polícia promete ser menos tolerante com quem decida ir passear o cão ou fazer exercício para uma zona mais longe de casa.
“Já não serão toleradas ou admitidas situações de claro abuso das exceções”, garante Nuno Carocha. “Por exemplo, a questão da prática do exercício físico ou de um passeio do animal de estimação terá de ser feito necessariamente próximo da residência e não é justificável que as pessoas se desloquem 20 ou 30 quilómetros de carro para ir praticar exercício físico num local que consideram mais aprazível ou ir passear o cão à praia”, diz, considerando que se trata de “situações de claro abuso”.
“Nesse aspeto, estamos a ser muito mais assertivos, não aceitando esse tipo de justificações e, sempre que não há alternativa, sancionando esses comportamentos, tal como se encontra previsto na lei”, acrescenta.
O porta-voz da PSP aproveita para deixar um apelo “extremamente importante ao sentido de cidadania de todos os portugueses”.
“Esse sentido de cidadania e comportamento responsável que se tem verificado na maior parte do tempo tem sido absolutamente fundamental para o sucesso das nossas operações no contexto do estado de emergência e, ao fim e ao cabo e que é mais importante salientar, o sucesso do controlo da pandemia que todos queremos superar o mais depressa possível”, afirma.
A circulação só será permitida nos casos excecionais previstos na lei e devidamente comprovados.
No que toca aos passeios ribeirinhos ou parques, a PSP conta com o apoio das autarquias para que, se for necessário, haja uma interdição destes espaços.
Além disso, a polícia promete estar particularmente atenta a festas, dado que a próxima semana é também de férias escolares, com risco acrescido de encontros de jovens. A PSP apela à contenção do convívio social e às famílias e população em geral que contribuam para evitar eventos de risco.
“Vamos continuar a monitorizar as redes sociais e a informação que alguns cidadãos também nos fazem chegar por sua livre iniciativa também tem sido extremamente importante para auxiliar o nosso trabalho de acompanhamento e cumprimento do estado de emergência”, afirma Nuno Carocha.
“As famílias têm aqui um grande papel a desempenhar, consciencializando os jovens para que não adiram a este tipo de eventos. Este ano, já registámos mais de uma centena de eventos organizados de forma ilegal – e aqui o ilegal é no sentido de congregarem um número de pessoas que não é admissível no atual contexto”, adianta o subintendente.
O porta-voz da Polícia de Segurança Pública sublinha ainda que “todos desejamos, em bom rigor reencontrar os amigos e os familiares, conviver de uma forma normal como era há um ano, mas é importante que isso não aconteça agora precisamente devido a esta pandemia que ainda estamos a tentar superar”.
A proibição de circulação entre concelhos começou às 00h00 desta sexta-feira, de acordo com uma declaração de retificação publicada em Diário da República, e vigora até dia 5 de abril.
Na quinta-feira à noite, o Presidente da República dirigiu-se aos portugueses para justificar a renovação do estado de emergência até 15 de abril e pediu "sensatez".
"É um tempo de encontro familiar intenso e as confissões religiosas sabem-no melhor do que ninguém, e têm sido exemplares na proteção da vida e da saúde", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
"O que todos desejamos é que a tendência de diminuição de casos, mortes e internamentos prevaleça. Queremos o esbatimento da pandemia antes do verão, para que se possa deixar o estado de emergência", acrescentou, pedindo que “façamos deste tempo um tempo definitivo, sem novos confinamentos" para que seja possível "reconstruir tudo aquilo que a pandemia destruiu".