As Câmaras de Monforte, Sousel, Fronteira, Campo Maior e Arronches, no distrito de Portalegre pedem ao Governo para declarar a situação de calamidade, após os estragos provocados pela chuva intensa na terça-feira.
A decisão foi tomada após uma reunião com o diretor regional de Agricultura do Alentejo e já terá sido comunicada pelo presidente da Câmara de Monforte ao ministro da Administração Interna.
O autarca, que ficou “encarregado da missão” de transmitir ao Governo esta decisão, esclarece que os municípios decidiram avançar com este pedido porque “estão a sentir” que existem “indefinições” que podem vir a “arrastar-se no tempo” e no “esquecimento” por parte das autoridades competentes.
“As pessoas têm de intervir de forma rápida, porque o potencial produtivo da exploração [neste caso a agricultura] tem de estar em funcionamento. Onde é que estão os animais se as cercas estão derrubadas”, referiu à agência Lusa
Segundo o autarca Gonçalo Lagem, só no concelho de Monforte a estimativa dos prejuízos no setor agrícola no concelho aponta para os “750 mil euros”.
“Vamos pedir o estado de calamidade para o setor agrícola e restantes setores porque, se calhar, é a forma mais ágil e mais eficaz de fazer face às despesas e aos prejuízos obtidos por esta região”, acrescentou.
Logo na quarta-feira, o presidente da Câmara de Fronteira, Rogério Silva, disse que o mau tempo causou prejuízos “na ordem dos 18 milhões de euros” naquele concelho.
Também nesse dia, o autarca de Monforte indicou que os prejuízos andavam “na ordem dos seis a oito milhões de euros” no seu concelho, sem contabilizar os danos no setor agrícola, “o mais afetado”.
O presidente da Câmara de Sousel, Manuel Valério, indicou que os danos seriam superiores a “três milhões de euros” e o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, estimou os prejuízos no concelho na casa dos "dois milhões de euros".
Já o presidente da Câmara de Arronches, João Crespo, refere que só em danos em infraestruturas municipais o prejuízo é de “pelo menos dois milhões de euros”, sem contabilizar os prejuízos no setor agrícola.