Um homem de 58 anos foi detido por ser suspeito de atear, durante a noite, dois incêndios no concelho de Montalegre, no distrito de Vila Real, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Os incêndios ocorreram nos dias 24 e 25 de agosto e terão sido "ateados durante o período noturno", consumindo "área de mancha florestal constituída por mato", segundo divulgou a PJ, em comunicado.
De acordo com aquela polícia, "os incêndios colocaram em perigo uma vasta mancha florestal, constituída por mato e povoamentos de carvalho, de valor consideravelmente elevado, que apenas não foram consumidas devido à rápida intervenção dos populares e bombeiros".
O detido está "fortemente indiciado pela prática do crime de incêndio florestal" e "vai ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas", segundo a PJ.
Em entrevista à Renascença, o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ), Carlos Farinha, revela que este ano já foram detidas cerca de 140 pessoas suspeitas de terem provocado incêndios.
Carlos Farinha considera que, "com tantos avisos, é pouco aceitável falar-se em negligência nos incêndios".
Há casos em que "a negligência é juridicamente pouco aceitável" e devemos falar em "dolo eventual", com um moldura penal mais pesada, defende.
Num ano marcado por um aumento dos fogos, o diretor nacional adjunto da Judiciária admite que "a intervenção preventiva continua ainda a não ser suficiente, apesar de ser maior".