O número rigoroso é de 24.815 espetáculos que, entre 8 de março e 31 de maio, foram cancelados, adiados ou suspensos. As contas resultam de um levantamento feito pela Associação de Promotores e Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) que, com as empresas de venda de bilhetes Ticketline, Blueticket e BOL, reuniram os dados resultantes das medidas de contenção da pandemia de Covid-19.
Em comunicado, a APEFE alerta para o facto de estes números poderem “aumentar exponencialmente nas próximas semanas”, com a renovação e prolongamento do estado de emergência.
Os 364 promotores envolvidos garantem que os dados agora reunidos permitem “uma leitura real e fidedigna do impacto económico no setor dos espetáculos ao vivo”.
A APEFE, que fala numa “paralisação total” do setor, revela que a maioria dos eventos foi adiada: 15.412 espetáculos foram adiados; 7.866 foram cancelados e 1.537 suspensos.
Incluídos nesta contabilização estão diferentes eventos culturais e artísticos de dança, música, teatro e outras artes performativas.
Uma “crise sem precedentes”
Segundo a APEFE, há também a preocupação quanto à “incerteza da possibilidade da realização de outros espetáculos” nos próximos meses. Os representantes dos maiores festivais e promotores de espetáculos falam numa “crise sem precedentes no mercado da cultura em Portugal”.
As quebras de faturação, diz a APEFE, são de 100%. “Proibidos de exercer a sua atividade” os promotores garantem que está criado “um problema gravíssimo de subsistência e sobrevivência a milhares de pessoas e empresas do setor cultural”.
A responder à epidemia de Covid-19, o Ministério da Cultura já tinha avançado com um conjunto de medidas para proteger consumidores e promotores de espetáculos cancelados. Antes, estes profissionais já tinham chamado a atenção para a paralisação do setor e para a insuficiência das medidas de apoio.
O novo coronavírus já provocou em Portugal, e segundo dados da Direção-Geral de Saúde, 209 mortes. Confirmados estão mais de nove mil casos positivos desde o dia 2 de março, altura em que foi identificado o primeiro caso. Destes, 68 já recuperaram.