A Carris Metropolitana entra em funcionamento em 1 de junho nos municípios de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal e Barreiro (intermunicipal), num total de 153 linhas, embora haja dificuldades no recrutamento de motoristas, foi anunciado esta segunda-feira
A operação arranca dentro de 15 dias na área 4, a de menor dimensão relativa aos municípios da margem Sul, do distrito de Setúbal, e as restantes áreas, 1, 2 e 3, entram em operação um mês mais tarde, em 1 de julho.
Na área 4, a Carris Metropolitana será operada pela empresa Alsa Todi, prevendo-se aproximadamente 153 linhas, 62 das quais novas, de entre 365 percursos, com reforço de horários.
“Há quatro contratos distintos, dois na margem norte e dois na margem sul. O primeiro a entrar em funcionamento é o da área 4 e falamos em números aproximados de linhas, percursos, porque a rede ainda não está fechada, não é estável, é evolutiva”, disse Rui Lopo, do conselho de administração da Transportes Metropolitana de Lisboa.
O responsável explicou aos jornalistas como vai arrancar a operação naqueles seis concelhos da margem Sul, lembrando que a experiência vai servir “de piloto para as restantes três áreas” e admitindo também que esta era a área que estava “pior servida” de transportes urbanos na Área Metropolitana de Lisboa, e que o mesmo se “reflete no seu crescimento”.
Reconhecendo que “nem tudo irá estar a funcionar a 100%” já em 1 de junho, Rui Lopo justifica com a “complexidade de todo o processo”, além de, em certos aspetos, prenderem-se com a falta de componentes eletrónicos que vêm da China.
Questionado se o número de motoristas é suficiente para a maior oferta que ficará disponível, Rui Lopo reconheceu que existem “dificuldades no recrutamento de motoristas”, sublinhou que os operadores precisavam de mais e adiantou não saber se irá pôr em causa o funcionamento da operação.
De acordo com os dados apresentados, face à situação de 2019 – pré-pandemia – haverá mais 62 linhas a operar, com 237 autocarros novos a circular de seis modelos diferentes, mais 55% de oferta em veículos por quilómetro e mais 60% de circulações por ano, prevendo-se aproximadamente 745 mil circulações por ano.
“Passámos a gerir aquilo que os operadores faziam e agora, invertemos a lógica, que é pagar ao quilómetro percorrido”, explicou Rui Lopo.
A primeira grande modificação passa pela necessidade de renumeração das linhas, desde linha próxima (com cor azul) que serve as voltas do dia-a-dia, a linha longa (cor vermelha) para viagens de maior distância, a linha rápida (cor amarela) que como o nome indica mais rápida para chegar ao destino através de via rápida ou autoestrada, e a linha inter-regional (cor roxa) para viajar para fora da Área Metropolitana de Lisboa (por exemplo até Vendas Novas).
Outra das alterações, de acordo com Rui Lopo, é o tarifário ocasional, lembrando que deixam de existir 900 combinações de títulos de transporte, que passam a ser seis, quer sejam o navegante a bordo ou navegante pré-pago.
As carreiras (sejam autocarros ou camionetas) vão ter uma nova numeração, tendo os 18 municípios sido divididos em quatro grandes áreas geográficas, sendo que o primeiro dos quatro números dá conta de que área geográfica parte.
A área 4 engloba Alcochete, a numeração correspondente será 40XX, na Moita será 41XX, no Montijo 42XX, em Palmela 43XX, em Setúbal 44XX, sendo o 45XX para as carreiras que circulam entre municípios da área 4, o 46XX para os que circulam para outros municípios fora da área 4 e Barreiro, os 47XX para Lisboa e outros municípios, e os 49XX que circulam para fora da Área Metropolitana de Lisboa (o XX será o número da carreira correspondente entre dois pontos de um percurso).
No Barreiro vão manter-se em funcionamento os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB), bem como a respetiva numeração, assegurando a Carris Metropolitana a maior parte das ligações com os restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
As paragens vão ser na sua grande maioria as mesmas, garantiu Rui Lopo, frisando que “para 99% dos passageiros da AML” não muda nada.
Apenas 1% sentirá alguma mudança, mas com “muito pouco impacto”.
Já em funcionamento um Serviço de Apoio ao Passageiro, através do número 210 418 800, onde podem ser colocadas todas as dúvidas e o site carrismetropolitana.pt, que vai disponibilizar, já a partir de terça-feira, os horários “que vão estar em constante atualização”.
A aplicação para telemóvel ainda não vai estar a funcionar nesta primeira fase, prevendo-se que talvez esteja operacional em 15 de julho, bem como os painéis de informação na área 4 devido à falta de componentes.
Entre os dias 5 e 10 de junho, Rui Lopo prevê que o Google Maps já tenha atualizado as informações relativas às paragens e percursos.
Quanto à questão do carregamento dos títulos de transporte, pode continuar a ser feito na rede multibanco e na rede Pagaqui, além dos agentes de proximidade complementares, que na área 4 vão ser seis.
A Carris Metropolitana, marca única e integrada dos transportes urbanos da Área Metropolitana Lisboa, foi desenhada em conjunto com os 18 municípios e lançada oficialmente em 1 de abril.
A rede de serviço de autocarros é composta por cerca de 820 linhas rodoviárias, que servirão aproximadamente 2,8 milhões de potenciais utilizadores, passando o serviço a pertencer à marca única e integradora Carris Metropolitana.
Os 18 municípios que integram a AML são Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.