Os jogadores do Sporting vão ser ouvidos em tribunal, no âmbito do julgamento ao ataque à Academia do clube, em Alcochete, a partir da próxima semana, de acordo com a calendarização anunciada, esta terça-feira, pela juíza Sílvia Pires.
Wendel será o primeiro jogador a ser ouvido: o médio brasileiro tem sessão agendada para tarde da próxima segunda-feira, dia 2 de dezembro. No dia seguinte, 3 de dezembo, passarão pelo tribunal de Monsanto, onde decorre o julgamento dos 44 arguidos acusados pelo Ministério Público (MP), Mathieu, Acuña e Battaglia. A 4 de dezembro, serão ouvidos Luís Maximiano, Coates, Ristovski e Bruno Fernandes. Nesse dia, o Sporting visita o Gil Vicente, para a Taça da Liga.
Também serão ouvidos: Ricardo Gonçalves, chefe da segurança da Academia à data do ataque, o antigo jogador Manuel Fernandes, então responsável pelo departamento de scouting do clube e que se encontrava na Academia, a 2 de dezembro; José Laranjeira, também do scouting do Sporting, a 3 de dezembro; e Raul José e Miguel Quaresma, à data membros da equipa técnica liderada por Jorge Jesus e que trabalham no clube, a 9 de dezembro.
Durante a manhã desta terça-feira, foram ouvidos dois militares da GNR do núcleo de investigação de Almada, que participaram em buscas domiciliárias às residências de dois arguidos.
Contexto do caso do ataque a Alcochete
Segundo a acusação do MP, a 15 de maio de 2018, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, por elementos do grupo organizado de adeptos da claque Juventude Leonina e do subgrupo Casuais (Casuals), que agrediram técnicos, jogadores e staff.
Bruno de Carvalho, então presidente do clube, Mustafá, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem, ainda, por um crime de detenção de arma proibida agravado. Mustafá está acusado de um crime de tráfico de estupefacientes.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o MP imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Estes 41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.