O Supremo Tribunal da Rússia decretou na quinta-feira a proibição da denominação religiosa Testemunhas de Jeová. A decisão implica a liquidação do grupo, visto por muitos como uma seita, e a entrega de toda a sua propriedade ao Estado.
Os testemunhas de Jeová confirmaram a notícia, através de uma mensagem enviada à agência Reuters, e dizem que vão recorrer da decisão quer na Rússia quer, se for caso disso, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
As autoridades russas defendem que os testemunhas de Jeová são um grupo “extremista”, dizendo que as suas actividades proselitistas destroem a harmonia familiar e ameaçam vidas.
Na Rússia, segundo os próprios, existem cerca de 175 mil Testemunhas de Jeová.
Baseados nos Estados Unidos, os Testemunhas de Jeová são um grupo cristão, mas que interpreta a Bíblia de forma heterodoxa, do ponto de vista da maioria dos cristãos, incluindo as igrejas católica e ortodoxa. A organização religiosa mais importante e influente na Rússia é a Igreja Ortodoxa, sob jurisdição do Patriarcado de Moscovo.
Entre as crenças dos Testemunhas de Jeová inclui-se o pacifismo e a recusa de qualquer forma de nacionalismo. Recusam pegar em armas ou cantar hinos nacionais, por exemplo. São também conhecidos pela recusa de transfusões de sangue, o que ocasionalmente leva a casos mediáticos, sobretudo quando os doentes são crianças para quem uma transfusão poderia salvar a vida.
O grupo é considerado uma seita em vários países, sobretudo naqueles que têm regimes totalitários. Na Europa Ocidental tiveram algumas fricções com o Governo francês, nomeadamente sobre questões fiscais, mas as suas actividades não são proibidas.